O processo de paz no Oriente Médio contará, em breve, com uma ajudinha de marketing. Pelo menos é o que planeja Maurice Lévy, executivo-chefe da Publicis Group, agência publicitária com sede em Paris.
Lévy comanda uma iniciativa inovadora, segundo Eric Pfanner [The New York Times, 21/2/05]: quer desenvolver um serviço público de marketing voltado prioritariamente para promover a idéia da paz. A campanha seria veiculada em árabe e hebreu, e voltada para israelenses, palestinos e – talvez – para um público ainda maior.
O projeto ainda está no papel, e Lévy, cauteloso, diz que não há garantia de que um dia saia dele. O trabalho feito até agora, entretanto, dá sinais de que a barreira do ódio e das diferenças tem sido, pelo menos, atingida. Profissionais de publicidade e comunicação – de grandes agências israelenses e pequenos escritórios palestinos – estão trabalhando juntos, como um time. Eles tentam chegar a uma proposta de campanha para ser apresentada a líderes políticos e executivos de mídia no Fórum Econômico Mundial na Jordânia, em maio deste ano.
Neste ponto, espera-se, começaria a arrecadação de verbas para pôr o projeto em prática. Campanhas públicas como esta costumam contar com espaço ou tempo publicitários gratuitos, cedidos pelas organizações de mídia, e seus participantes fazem trabalho voluntário, não remunerado.
Outros serviços deste tipo já foram prestados com este mesmo objetivo, mas a diferença do projeto, defende Lévy, é seu apelo simultâneo a israelenses e palestinos. A idéia da campanha é trabalhar com o conceito de igualdade entre os dois povos.