Redes de TV americanas ampliaram suas equipes na Somália e no Quênia, diante do que as Nações Unidas classificam como uma piora da crise humanitária nos países africanos, atingidos por uma seca que piorou a situação de fome. Na semana passada, os âncoras Scott Pelley e Anderson Cooper, da CBS e CNN, respectivamente, apresentaram os noticiários de um campo de refugiados em Dadaab, no Quênia, onde vivem quase 380 mil refugiados da Somália. A âncora Ann Curry, da NBC, também irá para o local.
Por conta da insegurança, as emissoras estão fazendo um rodízio de repórteres na região – o que significa que não haverá sempre um repórter nestes países. As ameaças do grupo insurgente islâmico Shabab, que controla parte da Somália, dificultam o trabalho dos jornalistas, noticia Brian Stelter [New York Times, 9/8/11].
A cobertura televisiva, no entanto, desempenha um papel importante para chamar a atenção pública e, durante desastres, mobilizar doações para grupos de ajuda. Segundo reportou Stephanie Strom, do NYTimes, a situação de fome e miséria ficou fora dos holofotes da mídia em julho e instituições informaram que receberam menos doações neste período.
Holofotes
Executivos da ABC alegam que seus rivais foram lentos em reconhecer a importância da crise humanitária que, de acordo com autoridades, pode ser a pior em décadas. As primeiras matérias da região, da correspondente Lama Hasan, foram nos dias 16 e 17/7, com o âncora David Muir indo para o local no dia 27/7. Quando Muir voltou aos EUA na semana passada, ele lembrou aos telespectadores do World News que a ABC foi a primeira rede a transmitir diretamente do Quênia e que, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, telespectadores da ABC doaram mais de US$ 100 mil para o país.
Em resposta implícita à ABC, a NBC emitiu um release em que informava que está dando atenção cuidadosa à crise, citando matérias de Rohit Kachrro, repórter que trabalha para a NBC e para a rede britânica ITV. Suas matérias foram exibidas na web nos dias 6 e 7/7 e, na TV, no dia 21/7. No dia 31/7, a correspondente Kate Snow, da NBC, chegou à região e, no dia 4/8, foi a vez do correspondente Richard Engel.
A CBS chegou ao local na semana passada. Pelley, que assumiu a bancada doCBS Evening News em junho, apresentou o programa do Quênia. A co-apresentadora do The Early Show, Erica Hill, também está lá.
Já a CNN tem uma correspondente, Nima Elbagir, na África desde meados de julho. Aumentando o foco na sua cobertura, na semana passada foram para o local Anderson Cooper e o correspondente médico Dr. Sanjay Gupta, além de Jill Biden, mulher do vice-presidente americano, Joe Biden.
A Associated Press, por sua vez, tem um repórter em Mogadíscio, um outro no campo de refugiados em Dadaab e um fotógrafo do lado de fora do campo, além de fotógrafos freelancers pela Somália.