Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Canal de TV acusado de difamação é multado

Um canal de TV foi multado em US$ 87 mil por uma corte iraquiana, que determinou que um militar foi difamado em uma ‘citação mal feita’, noticia Sameer N. Yacoub [AP, 12/8/09]. O caso teve início em abril, quando o Exército do Iraque abriu uma ação buscando fechar as sucursais iraquianas do al-Hayat, jornal em língua árabe com sede em Londres, e da emissora al-Sharqiya, por terem divulgado que ordens militares teriam sido emitidas para prender ex-detentos recentemente soltos pelos EUA – o que o Exército diz ser mentira. O general Qassim al-Moussawi, principal porta-voz do Exército em Bagdá, garante só ter dito aos veículos de comunicação que arquivos de ex-presos seriam revistos para determinar se algum deles estava envolvido em uma explosão.


O al-Hayat chegou a emitir uma correção em seu site alegando que a informação não havia sido fornecida por al-Moussawi, mas por outro militar não identificado. A al-Sharqiya, que citou a matéria do jornal, afirmou que a reclamação do militar não valia uma resposta. O canal é conhecido por ser crítico ao governo e forças de segurança do Iraque. ‘Respeitamos o sistema judiciário do Iraque, mas não gostamos de ver um canal iraquiano ser multado por divulgar notícias em um país que honra a liberdade de expressão’, disse Hadi Chalou, da organização independente Observatório da Liberdade Jornalística. O Iraque é, nos últimos anos, o lugar mais perigoso no mundo para a prática jornalística. Segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas, 139 profissionais de imprensa foram mortos desde a invasão americana, em 2003.