Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Carlos Slim pode salvar finanças do NYT

A New York Times Company poderá receber um investimento milionário do empresário mexicano Carlos Slim, segundo fontes da Reuters. Slim – proprietário da empresa telefônica Telmex, no México, e da companhia de telefonia celular América Móvil, dona da Claro – é o segundo homem mais rico do mundo, segundo ranking da revista Forbes.


De acordo com a agência de notícias, as duas partes negociam a possibilidade de injeção de ‘centenas de milhões de dólares’ na companhia de jornais, que tem dívida avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Suas ações caíram 70% de abril de 2008 – pico dos últimos 12 meses, com valor de US$ 21,14 – para US$ 6,41 na semana passada. Há sete anos, as ações valiam US$ 50.


Voto de confiança


A New York Times, dona do título homônimo e do Boston Globe, enfrenta – como a maior parte das empresas jornalísticas dos EUA – declínio recorde de receita publicitária em conseqüência da migração de leitores para a internet. O investimento na companhia poderia ser visto como um voto de confiança na família Ochs-Sulzberger, que a controla há mais de um século e tem sido ameaçada pelo crítico período de mudanças por que passa a indústria. O dinheiro ajudaria a empresa a quitar uma dívida de US$ 400 milhões de uma linha de crédito com vencimento marcado para maio.


Ainda segundo as fontes da Reuters, caso o acordo seja concretizado, a New York Times poderia dar a Slim – que já possui 6,4% das ações da empresa – a compra de ações preferenciais, sem direito a voto; o empresário receberia dividendos anuais. A Times planeja uma reunião do conselho para esta semana para discutir o investimento. A notícia da negociação foi divulgada originalmente pelo Wall Street Journal; porta-voz da Times não comentou a questão.


A empresa tenta de diversas formas contornar os problemas financeiros. Há alguns meses, vendeu 20% das ações para o fundo de hedge Harbinger Capital Partners; agora, considera hipotecar seu edifício sede, em Manhattan, o que poderia lhe render até US$ 225 milhões. Recentemente, o New York Times publicou, pela primeira vez em sua história, um anúncio publicitário na primeira página, decisão emblemática dos novos tempos. Informações de Robert MacMillan [Reuters, 18/1/09].