Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Censura na China longe do fim

A China informou esta semana que irá manter a censura à internet, continuando a bloquear o que considerar subversivo ou ameaça à segurança nacional. O documento oficial da política governamental foi divulgado três meses depois de uma disputa pública com o Google, que levou a empresa americana a fechar sua ferramenta de buscas no país.


Segundo o documento, existiam 384 milhões de internautas na China ao fim de 2009, o que representa 29% da população. O governo tem o objetivo de aumentar o número de internautas para 45% da população nos próximos cinco anos, ao ampliar o acesso a áreas rurais, onde há um ‘vazio digital’. ‘A internet assumiu um papel insubstituível na aceleração do desenvolvimento da economia nacional e continuará a impactar o trabalho diário, a educação e o estilo de vida das pessoas’, diz o documento.


Bloqueio


Apesar das declarações positivas em relação à web, o governo, que rotineiramente bloqueia sites como Facebook, YouTube e Twitter, não deu sinais de que irá colocar fim à ‘Grande Firewall’ do país, como é chamada – em referência à Grande Muralha da China – a rede de filtros que mantêm os internautas afastados de material considerado sensível.


A tradução oficial em inglês do documento menciona de maneira favorável o Twitter como um exemplo de serviço crescente que permite que as pessoas expressem suas opiniões. No entanto, desde o ano passado, o microblog foi banido do país. O documento, de 31 páginas, não deu exemplos específicos sobre que tipo de conteúdo seria censurado, mas leis chinesas proíbem a disseminação de ‘material que subverta o poder do Estado, prejudique a unidade nacional, infrinja a honra e os interesses nacionais e incite o ódio’, assim como pornografia e terror. Informações de Scott McDonald [Associated Press, 8/6/10].