O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou esta semana que irá nomear um representante do governo para o conselho administrativo da emissora de TV de oposição Globovisión. Segundo ele, a medida é necessária porque agora o Estado seria acionista minoritário do canal – Chávez reivindica a posse de 25,8% de ações que pertenciam a duas empresas tomadas pelo governo.
Pela fatia que lhe cabe, afirma o presidente, o Estado seria obrigado a nomear um representante. ‘Não é o caso de querermos ou não’, enfatizou.
Em declaração lida no ar na terça-feira [20/7], a Globovisión afirmou que a única maneira de haver um novo membro no conselho é através da aprovação de pelo menos 55% dos acionistas. A emissora ressaltou que sua linha editorial está fora dos limites dos membros do conselho. ‘A política editorial da Globovisión não pode ser expropriada ou sofrer intervenção’.
Briga
A Globovisión é o último canal do país abertamente crítico ao presidente. A RCTV, outra emissora que seguia esta linha, não teve sua licença de funcionamento renovada em 2007 – Chávez recusou-se a fazê-lo citando violações nas regras de telecomunicações venezuelanas. A explicação não oficial seria a participação da RCTV em uma tentativa de golpe, em 2002, para tirar o presidente do poder.
O anúncio desta semana completa uma longa disputa entre Chávez e a Globovisión. O presidente da emissora, Guillermo Zuloaga, está atualmente foragido – dono de lojas de automóveis, é acusado de armazenar veículos em sua casa ilegalmente. Seu filho também teve a prisão decretada. Zuloaga – que fugiu para os EUA – alega que está sendo perseguido por motivação política e que a acusação sobre os veículos é forjada. Em março, o empresário foi detido por criticar o governo da Venezuela durante um discurso no exterior. Com informações da CNN [20/7/10].