Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

China cria banco de dados de jornalistas

O jornal estatal chinês China Daily noticiou esta semana que autoridades do país estão construindo um banco de dados com informações sobre os 30 mil jornalistas internacionais que cobrirão os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008. A acusação foi rapidamente negada pelo Ministério das Relações Exteriores, mas o presidente da Administração Geral de Imprensa e Publicações, órgão governamental responsável pelas publicações chinesas, já havia dito que o objetivo de tal iniciativa seria compartilhar os dados com potenciais entrevistados, para evitar que eles sejam enganados por ‘falsos repórteres’. A China alega que pessoas se passam por repórteres para tentar extorquir dinheiro de funcionários do governo ou de empresários, ameaçando fazer uma cobertura negativa sobre eles.


O comitê organizador dos Jogos afirmou ter seu próprio banco de dados, mas com ‘fins benignos’. ‘Não sei qual a função deste suposto banco de dados, mas talvez seja como o nosso, para fornecer um melhor serviço aos repórteres’, afirmou Li Zhanjun, diretor do centro de mídia das Olimpíadas de Pequim. ‘Informações sobre as preferências dos repórteres, por exemplo, poderão ajudar os organizadores dos Jogos a indicar eventos de acordo com as necessidades dos correspondentes’.


Morde e assopra


A China, cuja imprensa nacional é extremamente controlada, prometeu afrouxar as regras para jornalistas estrangeiros que cobrirão os Jogos, permitindo que eles viajem livremente pelo país e tenham acesso sem restrições à internet. Mas grupos em defesa da liberdade de expressão insistem que o país não está cumprindo suas promessas e que a justificativa de falsos jornalistas seria apenas uma desculpa para evitar que repórteres divulguem notícias desfavoráveis às autoridades locais. Informações de Lindsay Beck [Reuters, 13/11/07].