Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Chineses aplaudem autoridade

A China tem registrado um forte crescimento da imprensa privada, mas a maioria dos veículos segue controlada pelo governo. Talvez por isso, muitos dos jornalistas do país continuam achando que seu papel é apoiar o regime em todas as suas ações. Como noticia a Reuters [14/03/05], um exemplo dessa falta de independência foi o forte aplauso dos profissionais da imprensa chinesa ao primeiro-ministro Wen Jiabao, quando este declarou numa coletiva que a China não tem medo de ninguém no que se refere à reunificação com Taiwan. ‘Taiwan é um assunto totalmente interno da China. Não queremos interferência externa, tampouco tememos que haja alguma’, disse o premiê. Os repórteres ficaram surpresos quando questionados por que aplaudiram o líder. ‘É por causa da última frase. Você não ouviu?’, respondeu Zhao Zhangshan, da agência oficial Xinhua.



Zimbábue derruba proibição de jornal

O presidente do Supremo Tribunal do Zimbábue, Godfrey Chidyausiku, decidiu ser ilegal o fechamento do jornal Daily News, um dos poucos independentes no país. O antigo ministro da Informação Jonathan Moyo, contrariando decisão de uma corte administrativa, ordenara que o diário fosse fechado em 2003 por não possuir uma licença expedida pelo governo. Os editores do jornal recorreram à Suprema Corte argumentando que a lei de mídia instituída por Moyo, que tornava obrigatória a licença, é inconstitucional. Chidyausiku, mesmo condenando o fechamento do Daily News, não questionou a inconstitucionalidade da lei, motivo pelo qual outros três jornais seguirão fechados. Como informa a AFP [14/3/05], o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, sentia-se incomodado pela linha editorial oposicionista do Daily News. Em janeiro, ele assinou uma lei segundo a qual jornalistas que trabalhem sem autorização oficial poderão ser condenados a até dois anos de cadeia.