Os advogados do cineasta franco-polonês Roman Polanski, que processa por difamação a revista americana Vanity Fair, pedirão à Câmara dos Lordes que ele possa fazê-lo sem que corra risco de ser extraditado para os EUA. Polanski, que dirigiu filmes como O Bebê de Rosemary e O Pianista, fugiu do país em 1977, depois de admitir, em um julgamento na Califórnia, que havia mantido relações sexuais com uma menina de 13 anos.
O cineasta move ação contra a Vanity Fair pela publicação de um artigo que afirmava que ele havia tentado seduzir uma mulher, acompanhada de outro homem, em um restaurante em Nova York, logo antes do enterro de sua esposa, a atriz Sharon Tate, assassinada em 1969. Polanski resolveu processar a revista na Inglaterra porque as leis de difamação no país são mais rígidas. Ele teme, porém, que ao pisar em solo britânico, seja detido e enviado de volta aos EUA, já que os dois países possuem um acordo de extradição.
No ano passado, em uma espécie de lição de moral a Polanski, o tribunal de apelação determinou que o cineasta não poderia testemunhar por um link de vídeo em Paris, onde vive; esta manobra permitiria que ele utilizasse mecanismos judiciais quando bem entendesse, e fugisse deles quando quisesse. Agora, seus advogados tentarão convencer a mais alta corte britânica a permitir que sua presença não seja necessária ao tribunal. Informações de Kate Kelland [Reuters, 16/11/04].