O cineasta e jornalista holandês Theo Van Gogh foi esfaqueado e morto a tiros em Amsterdã, em 2/11. Van Gogh escrevia artigos para o seu sítio pessoal (www.theovangogh.nl) e para a edição holandesa do jornal Metro. Ele ficou famoso recentemente com um filme Submission, feito para a televisão, que criticava alguns elementos da cultura islâmica. Desde que o filme foi ao ar, em agosto, Van Gogh começou a receber ameaças de morte.
O filme foi escrito por uma ‘ex-muçulmana’, como refere-se a si mesma Ayaan Hirsi Ali, que faz parte do parlamento holandês e que já criticou repetidamente companheiros muçulmanos e os costumes do islamismo, além do fracasso das famílias muçulmanas em adotar os costumes holandeses.
Segundo a AP [2/11/04], a comunidade muçulmana da Holanda considerou o filme provocativo e sem discernimento. Submission conta a história de uma mulher que foi forçada a casar com um marido violento, estuprada por um parente e brutalmente punida por adultério.
O secretário geral da Federação Internacional de Jornalistas (IFJ), Aidan White [3/11/04], disse que ‘mesmo não sendo muito conhecido como jornalista, o trabalho de Van Gogh era mergulhado em fortes e desafiadoras opiniões a favor da liberdade de imprensa’. E acrescentou que Van Gogh ‘foi apenas o oitavo jornalista a ser morto na Europa Ocidental nos últimos 10 anos’.
A IFJ apóia a Nederlandse Vereniging van Journalisten (NVJ), sua filial na Holanda, cujo secretario geral, Hans Verploeg, afirmou que ‘este é um momento difícil para a liberdade de expressão. Van Gogh é o primeiro jornalista a ser morto em território holandês desde a segunda guerra mundial’.
Um suspeito de 26 anos com cidadanias holandesa e marroquina foi detido. De acordo com a policia, o homem alega ter ‘convicções fundamentalistas islâmicas radicais’. O IFJ disse que o assassinato ‘eleva o temor de uma reação que pode causar novas tensões da comunidade, o que teria uma conseqüência trágica’.