Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Cobertura de uma
morte anunciada

Com a morte do papa João Paulo 2o, poucos dias após a conclusão do caso Terri Schiavo, a imprensa americana mergulhou de uma cobertura intensiva para outra. Apesar de o falecimento do pontífice ser um fato que já se esperava, houve alguns sobressaltos. E, apesar de não se tratar de um país majoritariamente católico, a televisão refletiu o momento com emoção.

A rede Fox News foi a primeira a noticiar a morte de João Paulo 2o. O problema foi que o fez na sexta-feira à tarde, quando ele ainda estava vivo. O erro foi causado por um produtor que acompanhava boletins de notícias italianos e gritou ao âncora Shepard Smith, que estava no ar, que o papa se fora. Trinta e cinco minutos depois, Smith pediu desculpas pelo erro aos telespectadores.

Quando João Paulo 2o de fato morreu, no sábado, as emissoras passaram a despejar na tela todo o material que já tinham preparado. A CBS foi a mais apressada. Dedicou menos de meia hora ao fato, exibindo uma biografia do pontífice e uma reportagem sobre como se elegerá seu substituto. O tempo era curto porque a emissora tinha a exibição de um jogo de basquete programada. ABC e NBC já tinham correspondentes em Roma, de onde transmitiram ao vivo.

O fato de que todas as redes internacionais tiveram de usar as imagens geradas pela TV Vaticano na Praça de São Pedro empobreceu a cobertura. Outro aspecto notável deste evento foi que, pela primeira vez em mais de duas décadas, um fato desta magnitude não foi coberto por Tom Brokaw, Peter Jennings e Dan Rather, até há pouco os principais âncoras das grandes redes abertas dos EUA. Com informações do USA Today [4/4/05], The New York Times [3/4/05] e AP [2/4/05].