A Securities and Exchange Comission (SEC), comissão que regula e policia o mercado de capitais norte-americano, contatou mais de seis companhias donas de jornais buscando informações sobre suas práticas de medição de circulação. A medida faz parte de um inquérito que, inicialmente, busca apenas revelar dados aos investidores que usam os índices de circulação para medir a atuação das empresas de comunicações. Estes índices também são usados para a venda de publicidade.
Entre as empresas contatadas pela SEC estão a Dow Jones, a Knight Rider, a McClatchy, a The New York Times Company e a Washington Post Company. Também a organização Audit Bureau of Circulations, que recolhe e monitora dados de jornais e revistas, foi contatada. Segundo pessoas envolvidas no inquérito, nenhuma dessas empresas está sendo acusada de ter feito qualquer coisa de errado; no entanto, a confiança na exatidão dos números ficou abalada nos últimos meses depois que vários jornais americanos revelaram ter inflado seus índices de circulação em dezenas de milhares de exemplares por dia, causando prejuízos mais de US$130 milhões em reembolso a anunciantes.
Casos comprovados
Quando o Tribune anunciou a fraude nas circulações do Newsday e do Hoy, a companhia informou que estava cooperando com um inquérito da SEC. Um porta-voz da Belo Corporation, dona do Morning News, disse que também recebeu uma carta da comissão solicitando informações. Em janeiro deste ano, a Hollinger International, dona do The Sun-Times, concordou em participar de um inquérito da comissão, que investigava centenas de milhões de dólares disputados por executivos. Quase um ano depois foram descobertas as irregularidades na circulação.
Com o novo inquérito, a comissão pretende expandir sua investigação para checar se as práticas usadas pelo Tribune, Belo Corp e Hollinger não se espalharam para outras companhias. As empresas investigadas dizem que estão sendo questionadas com perguntas relacionadas às práticas específicas já conhecidas pelo Newsday, Sun Times e Morning News, como, por exemplo, distribuir jornais de graça e impedir que distribuidores devolvam os exemplares não vendidos. Informações de Jacques Steinberg [The New York Times, 13/10/04].