Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

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‘‘(…) o Brasil continua a ser um dos mais perigosos países na América para o exercício do jornalismo’. O relatório sobre liberdade de imprensa em 2003, divulgado nesta quarta-feira (10/03), em Viena, pelo Instituto Internacional de Imprensa (IPI), constatou que aqueles jornalistas que se dedicam à investigação de corrupção, tráfico de drogas e outras atividades ilegais são os que correm maior risco de vida. Com exceção do Iraque, onde se registrou a morte de 19 profissionais de imprensa, cerca de 45 jornalistas perderam a vida em 2003.

No ano passado, num período de dois meses, quatro jornalistas foram assassinados no Brasil. O IPI registra a morte, em 03/06/03, de Melyssa Martins Correia, editora de Cultura do jornal Oeste Notícias. Ela levou um tiro na cabeça em Presidente Prudente, São Paulo, e morreu a caminho do hospital. Até hoje o assassino não foi identificado. Enquanto a polícia acredita que ela foi morta depois de ser assaltada, já que seu celular e sua carteira foram levados, outros defendem a tese de que seu assassinato foi resultado de uma cobertura do jornal sobre o crime organizado.

Já no dia 09/06/03, Edgar Ribeiro Pereira de Oliveira, sócio do semanário Boca do Povo, foi morto em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, por um homem armado não identificado. Ele levou 15 tiros dentro de seu carro. Até hoje, o motivo não está claro, mas o jornal é bem conhecido na região por denúncias de corrupção.

Nicanor Linhares Batista, dono da Rádio Vale do Jaguaribe, em Limoeiro do Norte, Ceará, foi assassinado por assaltantes no dia 30/06/03. Segundo uma testemunha, pelo menos dois homens armados entraram na rádio e atiraram várias vezes em Nicanor.

E por último, Luiz Antonio Costa, o La Costa, free-lancer da revista Época, levou um tiro quando cobria a ocupação de um terreno da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP). Testemunhas contaram que um homem atiraram no repórter-fotográfico pelas costas. Dois homens foram presos e confessaram o crime. Durante depoimento, eles disseram que La Costa havia tirado fotos deles depois que roubaram um posto de gasolina.

O relatório também destaca a prisão de Alvanir Ferreira Avelino, do diário Dois Estados, em Miracema (RJ), condenado a dez meses e meio de prisão em regime semi-aberto, e de Ferreira Avelino, que escreveu uma série de artigos acusando um juiz de abuso de autoridade. Entre outros registros está a prisão do policial Mozart Costa Brasil, condenado a 18 anos pela morte de Manoel Leal de Oliveira, editor do semanário A Região, de Itabuna (BA).

De acordo com o IPI, 2003 foi um dos anos mais sangrentos em termos de repórteres vítimas de guerras. Só no Iraque, 19 profissionais de imprensa foram mortos, 14 deles durante a guerra, tanto pelo chamado fogo amigo quanto por ataques suicidas e vítimas de ataques do lado inimigo.

O documento mostra que a região mais perigosa para a imprensa foi a Ásia, onde 19 jornalistas foram assassinados. Já nas Américas, totalizando, 17 foram mortos. Na Europa, foram registradas quatro mortes, três delas na Rússia. Já na África, 2 profissionais de imprensa morreram. Sem contar com as mortes no Iraque, dois jornalistas foram assassinados no Oriente Médio.

Para ler o relatório entre no site do IPI.’



O Estado de S. Paulo

’64 jornalistas foram mortos no mundo em 2003′, O Estado de S. Paulo, 11/03/04

‘Sessenta e quatro jornalistas morreram em 2003 no exercício da profissão, quatro deles no Brasil, revelou ontem em Viena o Instituto Internacional da Imprensa (IPI), que reúne os principais editores e proprietários de meios de comunicação do mundo. Desde 1999, quando 86 jornalistas morreram, em parte por causa dos conflitos nos Bálcãs e em Serra Leoa, não era registrado um número tão alto.

O maior responsável pelo aumento foi o Iraque, onde pelo menos 19 jornalistas morreram durante a cobertura da guerra. Nove morreram na Colômbia, sete nas Filipinas, quatro no Brasil e três na Índia, Nepal e Rússia. Os outros casos foram registrados em mais 13 países.

No Oriente Médio morreram 22 profissionais, incluídos os 19 do Iraque, o que demonstrou que se trata da região mais perigosa do mundo para trabalhar como jornalista. Dois câmeras foram assassinados em dois incidentes separados no conflito entre Israel e Palestina. E uma canadense de origem persa morreu no Irã.

Foram 17 casos nas Américas: 9 só na Colômbia, 2 na Guatemala e 1 em Honduras – a primeira morte de um jornalista em mais de 20 anos -, além dos 4 no Brasil. O relatório destaca a Colômbia e aponta os ‘grupos paramilitares de direita, guerrilhas esquerdistas, traficantes de drogas ou criminosos comuns’ como as principais ameaças.

Na Ásia morreram 19 jornalistas, 7 deles nas Filipinas, onde mais de 40 morreram desde a restauração da democracia em 1986, sem que ‘se tenha esclarecido nenhum caso’. O conflito no Nepal entre a guerrilha maoísta e as forças de segurança matou três jornalistas.

Em Europa foram quatro mortes: três na Rússia e um na Ucrânia. E dois jornalistas morreram na África, ambos na Costa do Marfim, nos ‘distúrbios civis’ do país. (EFE)’



OESP PREMIA LEITOR
O Estado de S. Paulo

‘‘Estado’ premia assinantes com carros e flat’, O Estado de S. Paulo, 14/03/04

‘A partir de amanhã, o Estado vai premiar seus assinantes com 6 carros Polo Sedan 1.6 e um apartamento tipo flat no bairro do Ibirapuera, em São Paulo.

Para participar da Promoção Assinante Premiado basta preencher um cupom para cada uma das sete rodadas do sorteio e enviá-lo para a Caixa Postal 16302-3, CEP 02599-970, São Paulo (SP). Cada uma das sete séries de cupons será publicada diariamente durante 15 dias, até a última rodada, dia 30 de junho.

No preenchimento do cupom, o assinante tem de responder acertadamente à pergunta: ‘Qual o jornal que está realizando a Promoção Assinante Premiado?’

De amanhã ao dia 31, serão publicados diariamente os cupons relativos ao sorteio do primeiro carro, ou a ‘Série A’, que têm de ser recebidos até o dia 9 de abril. Só serão aceitos cupons originais recortados do jornal e cada cupom tem de estar num envelope separado. O primeiro sorteio será no dia 14 de abril, quando já estará terminando a publicação da segunda série de cupons, a ‘Série B’, que circulará do dia 1.º ao dia 15 de abril.

As apurações serão feitas na sede do Grupo Estado, em São Paulo, sempre às 10 horas, com livre acesso aos interessados.

Como a promoção só vale para assinantes, os leitores que compram o Estado nas bancas em todo o Brasil – e queiram participar da Promoção Assinante Premiado – podem requerer sua assinatura pelo telefone 0800-14-9000. O regulamento completo da promoção está disponível no Portal de Relacionamento com o Assinante, no site www.assinante.estadao.com.br. O apartamento será sorteado na sétima rodada, a ‘Série G’, cujos cupons serão publicados de 16 a 30 de junho e têm de ser recebidos até 9 de julho. O sorteio do apartamento no Condomínio Live & Lodge Ibirapuera – Hotel & Residential Tower, na Rua Borges Lagoa, avaliado em R$ 98 mil, será feito no dia 14 de julho.

Os assinantes poderão enviar todos os 15 cupons de cada uma das 7 rodadas de sorteios, sempre lembrando-se de colocar apenas um cupom por envelope. Mesmo quem for sorteado poderá continuar concorrendo aos prêmios seguintes.

Os carros Polo Sedan 1.6, zero quilômetro, da marca Volkswagen, estão avaliados em R$ 36 mil cada um.’



CAMPANHA DA FOLHA
Cassiano Elek Machado

‘Peças da Folha lembram 20 anos das diretas’, Folha de S. Paulo, 14/03/04

‘Fuçando no sótão de sua casa, em meio às caixas de velharias, o garoto encontra um projetor de slides. ‘Pai, o que é um projetor de slides?’, berra lá de cima, para logo depois perguntar o que é um LP ou o carburador, que encontrou sentado no chão.

Até que de um baú empoeirado, o moleque saca dezenas de exemplares da Folha de 20 anos atrás, amarradas por um barbante. ‘Pai, o que é eleição indireta?’

Assim, direto, é o pontapé inicial da nova campanha publicitária da Folha, que estréia nesta noite na TV. ‘Em 1984, o jornal das diretas. Hoje, o maior jornal do país’, finaliza um dos três filmes da nova série, desenvolvida pela agência W/Brasil.

As propagandas fazem alusão à atuação do jornal na defesa das eleições diretas para presidente. O jornal passou a pedir, pioneiramente, a volta da democracia em texto de 27 de março de 1983, engajamento que se intensificou no final do ano e durante todo 1984.

‘As diretas são muito simbólicas para a Folha por ser o momento em que o jornal criou seus grandes diferenciais’, opina o ‘pai’ da campanha, o publicitário Washington Olivetto.

A dobradinha do presidente da W/Brasil com a empresa não é novidade. ‘Menino’, nome do filme que vai ao ar hoje, é o 519º comercial criado pelas equipes de Olivetto para a Folha.

A parceria, iniciada em 1987, encheu a sala de troféus das duas empresas. Juntas, bateram o recorde mundial de ‘Leões’ do Festival de Cannes (o ‘Oscar’ publicitário) e foram apontadas em 2000 pelo International Newspaper Marketing Association como a melhor comunicação de um jornal nas últimas duas décadas.

Não foi tudo. O primeiro filme da dupla, ‘Hitler’, foi um dos dois brasileiros selecionados para o livro inglês ‘Os 100 Melhores Comerciais de TV da História’ (1999), de Bernice Kanner. O outro escolhido, ‘Meu Primeiro Sutiã’, da Valisère, também saiu da agência do publicitário e foi filmado pelo mesmo diretor da propaganda que abre a série atual da Folha, Júlio Xavier.

‘Sutiã’ e ‘Menino’ seriam, segundo Olivetto, primos estilísticos -espécies do filo ‘propagandas emocionalis’. ‘Curiosamente nesta parceria de 17 anos com a Folha este é o primeiro que usa o formato romântico. A comunicação do jornal sempre se pautou por uma postura bem opinativa.’

O diretor, que trabalhou na criação da série ‘Diretas’ com os comparsas de W Gabriel Zellmeister, Ricardo Freire, Rodrigo Leão e Fábio Meneghini, diz que a escolha dessa tonalidade mais emotiva está ligada ao peso que as diretas têm na ‘memória afetiva’ dos maiores de 20 e poucos anos -e na falta de significado que elas teriam para qualquer um com menos de 21 anos.

Este mesmo pêndulo, entre algo muito importante e presente e outro elemento que se perdeu no tempo, está por trás dos outros dois filmes da campanha.

O segundo, que estréia no domingo próximo (21/3), resgata a estética de propagandas da Folha como o próprio ‘Hitler’ e ‘Collor Antes do Impeachment’, filmes feitos só com imagens congeladas desses personagens, acompanhadas apenas da voz grave do locutor Ferreira Martins.

Também com retratos em branco e preto, o filme ‘Apóia’ intercala fotos de alguém que ‘apoiou’ com outro que ‘não apoiou’. O time dos que defenderam as diretas tem Tom Jobim, Regina Duarte, Sócrates, FHC e Lula, entre outros. O do ‘não apoiou’ traz políticos como Ademar Ghisi, Flávio Marcílio, Mário Andreazza.

‘Não precisamos forçar a barra para mostrar em nosso filme que as pessoas não lembram daqueles que foram contra as diretas. No entanto não existe um brasileiro que não lembre da cara dos que a defenderam’, diz Olivetto.

A terceira propaganda da campanha ‘Folha/Diretas’, com ‘première’ marcada para 28 de março, também lida com o ‘obsoleto’. ‘Invenções’, dirigido por Andrés Bukowinski (de ‘Hitler’ e todos da série), lembra que em 1984 não existia Viagra (com imagens de ovos de codorna), não havia celular (mostra um ‘orelhão’), nada de CD (com imagem de um LP) ou DVD (um velho projetor).

O locutor encerra com a mensagem ‘em 1984 não havia eleições diretas para presidente. E só havia um grande jornal brasileiro abertamente engajado na luta pelas eleições diretas’, e com o ‘carimbo’ ‘Folha, o jornal das diretas’.

‘É uma campanha que passa a gratidão da Folha com as diretas. Ela se mostra grata com o que o movimento representou para ela’, conclui Olivetto.’