As duas jornalistas americanas Laura Ling e Euna Lee, acusadas de entrar ilegalmente na Coréia do Norte e de ‘cometer atos hostis’, foram condenadas a 12 anos de trabalho forçado. A determinação não permite recursos, pois foi emitida pela corte mais alta do país em Pyongyang. Choi Eun-suk, especialista jurídico da Universidade Kyungnam, da Coréia do Sul, informa que segundo o código penal norte-coreano elas podem ser transferidas para uma prisão no prazo de até 10 dias.
Após ter anunciado que as duas enfrentariam um julgamento de cinco dias, o governo da Coréia do Norte ficou imerso no mais profundo silêncio. A agência de notícias oficial não deu qualquer informação sobre o caso, divulgando matérias sem relação com o julgamento. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse estar ‘profundamente preocupada’ com as duas jornalistas. Segundo a Casa Branca, o presidente Barack Obama está avaliando todas as possibilidades para libertá-las.
Pauta de risco
Os EUA não têm relações diplomáticas com o país. Especulou-se que o ex-vice-presidente Al Gore seria enviado para a Coréia do Norte, a fim de negociar a libertação das jornalistas. Ambas trabalham na Current TV, de propriedade de Gore. Outro nome cogitado seria o do governador do Novo México, Bill Richardson, que foi embaixador nas Nações Unidas. Ele negociou a libertação de um piloto de um helicóptero militar que caiu na Coréia do Norte em 1994, junto com o corpo do co-piloto. O porta-voz do Departamento de Estado, Ian Kelly, no entanto, não confirmou a informação. ‘É um assunto muito delicado’, afirmou Kelly.
O caso piora as tensões dos EUA com a Coréia do Norte, após os testes nucleares realizados pelo país. Ameaçada por sanções da ONU, a Coréia do Norte pode usar a prisão como moeda de negociação. Laura e Euna foram detidas por guardas na fronteira da China com a Coréia do Norte no dia 17/3, enquanto faziam uma matéria sobre refugiados do país comunista. Informações da AFP [4/6/09], de William Formam [AP, 5/6/09], de Vijay Joshi [AP, 8/6/09] e de Choe Sang-Hun [New York Times, 8/6/09].