Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Conferência da WAN na África termina em tom de otimismo

Terminou com otimismo, na quarta-feira (6/6), a conferência da Associação Mundial de Jornais (WAN, sigla em inglês) e do Fórum Mundial de Editores, na Cidade do Cabo, África do Sul. O encontro de três dias reuniu 1.600 editores e executivos de mídia de todo o mundo. A conclusão geral foi de que, se a indústria conseguir combinar suas operações impressas e online para injetar um novo dinamismo no mercado e atrair leitores, há esperança para o mercado de jornais.


O presidente da associação, Gavin O´Reilly, afirmou na conferência que a declaração de ‘morte do jornal impresso’ na era digital, professada por alguns analistas de mídia nos últimos anos, é exagerada. Segundo ele, as circulações estão aumentando, há um número recorde de títulos pagos, e o investimento de capital superou US$ 6 bilhões no ano passado. ‘Enquanto há alguns indícios de que a circulação impressa está caindo em algumas regiões, o número de pessoas que procuram pelas notícias tanto na internet quanto nos jornais cresce aceleradamente’, ressaltou Martha Stone, diretora de projeto da WAN chamado Moldando o Futuro do Jornal.


Fontes de informação


Uma pesquisa apresentada no último dia do encontro, realizada pela Harris Interactive em parceria com o Innovation International Media Consulting Group, sugere que os jornais podem melhorar seu serviço ao fornecer ao público um maior número de reportagens e análises elaboradas e profundas, mais informações diretamente relevantes para a vida dos leitores e mais conteúdo visual.


O estudo concluiu que os programas noticiosos televisivos, em emissoras abertas e a cabo, continuam a ser a principal fonte de informação para 30 a 39% dos adultos consultados em sete diferentes países. A previsão, entretanto, é de que haja um significativo crescimento no papel dos veículos de notícias online nos próximos cinco anos. Isso poderá custar parte do público da televisão, e prejudicar em menor proporção o mercado de jornais impressos.


A pesquisa descobriu que 23% das pessoas na Grã-Bretanha, EUA e Austrália se voltam aos jornais para obter notícias confiáveis, enquanto na França este número cai para 16%. Foram entrevistadas 8.750 pessoas.


Período de transformação


Outro estudo apresentado no encontro, realizado pelo Poynter Institute, concluiu que as pessoas lêem notícias online por cada vez mais tempo e com mais atenção. Os leitores dos veículos na internet não estão preocupados com a ‘beleza’ das páginas, e preferem listas e ferramentas de navegação a fotografias e elementos decorativos.


A pesquisa também ressaltou que o papel dos jornais impressos passa por um período de transformação: eles são cada vez menos veículos de notícias em primeira mão, e deverão se tornar espaços de análises para as implicações dos fatos. As notícias em si serão disseminadas por e-mail ou mensagens em telefones celulares. ‘A ação está no mundo online. Você deve levar suas fontes jornalísticas para lá. É lá que a história começa e termina. O impresso está ali para amplificar a história’, afirmou Mario Garcia, que apresentou o estudo. Informações de Clare Nullis [AP, 7/6/07].