A cobertura feita pelo New York Times na semana passada sobre o conflito entre Israel e Palestina provocou críticas de leitores, comenta, em sua coluna de domingo [12/6/11], o ombudsman do jornalão, Arthur S. Brisbane. Leitores pró-Palestina acharam que o artigo e a manchete abrandaram o uso da força letal por parte de Israel contra manifestantes que tentavam cruzar as colinas de Golan, na fronteira com a Síria. Por sua vez, leitores pró-Israel reclamaram que a manchete parecia culpar Israel, mesmo com manifestantes palestinos tendo iniciado o confronto e tentado invadir o território controlado por Israel.
Um outro grupo de leitores criticou a referência às colinas de Golan como sendo do lado de Israel da fronteira com a Síria – zona de disputa entre Israel e Palestina. Isto foi, na realidade, um erro, que, segundo a editora da seção internacional, Susan Chira, deveria ser corrigido. Em outro artigo, foi mencionado que o Exército sírio matou 38 pessoas na região norte do país – número bem maior do que os 10 da matéria publicada no mesmo dia do jornal.
Fonte de protestos
Susan defende o jornalismo do NYTimes, mas admite que o tema será uma fonte constante de protesto de leitores. “Cheguei à conclusão de que sempre vamos ter pessoas furiosas”, disse. Na sua opinião, alguns leitores veem o outro lado não apenas como errado, mas como monstruosamente errado em uma escala histórica. A prática usual jornalística de assumir uma postura neutra simplesmente não é suficiente para este tipo de leitor.
O ombudsman também recebeu muitas reclamações. A maioria veio da parte dos leitores que apoiam Israel, mas um grande número também partiu daqueles que simpatizam com os palestinos. Para Leslie H. Gelb, ex-correspondente do jornal, colunista e presidente emérito do Conselho de Relações Exteriores, quando repórteres tentam tratar o tema racionalmente perdem, algumas vezes, a “paixão profunda e a história”. “Palestinos e judeus ambos sentem que foram vitimizados”, resume.