O XXV Congresso Mundial da Federação Internacional de Jornalistas, realizado em Atenas, terminou no sábado, 29/5, com 44 políticas elaboradas para ajudar na resolução de questões preocupantes para a prática do jornalismo.
Entre elas, algumas mostraram-se mais atuais e urgentes, e por isso terão prioridade no trabalho da Federação. O primeiro item prioritário debatido no Congresso foi segurança. Foi pedido que um novo esforço seja feito para promover o Instituto Internacional de Segurança da Notícia, criado pela Federação no ano passado. Novas atividades também foram planejadas para assistir jornalistas no Iraque e em outras áreas de conflito no mundo, como a implantação de treinamentos de segurança. Neste mesmo sentido, os membros do Congresso pediram que as leis internacionais sejam modificadas para assegurar que casos de assassinatos de jornalistas no campo de batalha sejam investigados de maneira independente e diferenciada.
Outro assunto prioritário abordado foi a globalização da mídia. O Congresso apresentou uma série de resoluções para restringir a concentração global de mídia, ampliar as transmissões públicas, reforçar os direitos dos sindicatos, e fazer uma campanha pela qualidade no jornalismo. Uma resolução-chave pediu que seja realizada uma pesquisa mundial sobre as condições profissionais e sociais dos jornalistas.
A solidariedade regional também foi um dos temas importantes do evento. Membros do Congresso enfatizaram que as redes de trabalho já existentes na África, Ásia e América Latina devem ser fortalecidas para que se concentrem nas reais necessidades dos grupos de jornalistas locais. Neste sentido, foram feitos planos para estabelecer novas operações de ajuda sub-regionais no Oriente Médio e na Europa Oriental.
‘O Congresso termina com saldo positivo em solidariedade e benevolência’, afirmou o presidente da Federação, Christopher Warren. ‘Nós estabelecemos um extenso programa de políticas que incluem novos desafios, mas também reafirmamos nosso apoio aos nossos colegas mais necessitados’.
Tunísia recebe voto de confiança
O Congresso suspendeu a ameaça de expulsão da Associação de Jornalistas da Tunísia da Federação. Foi feito um pedido para que a organização do país melhore sua atuação na defesa da liberdade de imprensa e dos direitos dos jornalistas. Por enquanto, a associação tunisiana continuará suspensa, até que os líderes da Federação tenham embasamento para avaliar, dentro de alguns meses, sua performance.
O Comitê Executivo da Federação Internacional de Jornalistas havia votado em março pela expulsão da Associação de Jornalistas da Tunísia depois que a organização presenteou o presidente tunisino Zen El Abidine Ben Ali com um prêmio pela liberdade de imprensa. O fato causou consternação nos defensores da liberdade de imprensa, que sempre criticaram a atuação do governo da Tunísia com relação ao tema.
Durante o Congresso, Sofiene Ben Hamida, representante da Associação, reconheceu os problemas que a levaram à ameaça de expulsão e afirmou que a organização estava fazendo esforços para melhorar sua relação com a Federação e para reestabelecer sua independência. Informações de International Federation of Journalists [31/5 e 1/6/04].