Vivian Schiller, presidente e CEO da NPR (antiga National Public Radio), pediu demissão na quarta-feira [9/3] em uma tentativa de amenizar os danos causados por uma gravação de vídeo que mostrava um executivo da organização americana chamando o movimento de ultradireita Tea Party de racista.
O vídeo, feito com uma câmera escondida, mostrava dois ativistas conservadores fingindo ser membros de um falso grupo muçulmano em um almoço com o executivo Ron Schiller. Os homens oferecem uma doação de US$ 5 milhões à NPR e começam a conversar sobre os republicanos do movimento Tea Party. Em determinado momento, Schiller diz que o Partido Republicano foi ‘sequestrado por este grupo que não é só islamofóbico, mas também xenófobo’. ‘Eles acreditam na América média, branca, armada – é assustador. São pessoas seriamente racistas’, continua ele.
Parcialidade
Conservadores afirmaram que o vídeo é prova de que a rede de rádio, que é privada, sem fins lucrativos e financiada com dinheiro público, é parcial e não merece receber verba federal. Ron Schiller – que não é parente de Vivian Schiller – pediu demissão imediatamente após a divulgação do vídeo. O conselho da NPR pressionou pela saída da presidente, apesar dela não aparecer na filmagem.
Em outubro do ano passado, Vivian já havia sido criticada por conservadores pela demissão do analista político Juan Williams, que havia feito comentários preconceituosos contra muçulmanos. Em entrevista à Associated Press, ela afirmou que sua permanência no cargo prejudicaria a NPR. O momento da controvérsia foi especialmente ruim para a organização, já que republicanos na Câmara – que agora são maioria – defendem o corte de todo o financiamento de rádios e TVs públicas. Informações da AP [9/3/11].