O e-mail pessoal enviado pela correspondente do Wall Street Journal Farnaz Fassihi a amigos – onde ela lamentava os perigos corridos por jornalistas no Iraque e criticava a política de guerra do presidente George Bush – tornou-se público e causou especulações sobre se as férias tiradas pela repórter teriam sido uma represália às suas opiniões. No entanto, Farnaz, que é correspondente do Journal no Iraque e na Arábia Saudita desde o início da guerra, desmentiu os boatos. Em entrevista por e-mail a Joe Strupp [Editor & Publisher, 5/10/04], ela explicou que os correspondentes no Iraque trabalham de seis a oito semanas e depois têm direito a um mês de férias – e ela já havia trabalhado as oito semanas. Editores do Journal reforçaram que as férias da repórter já estavam planejadas antes do episódio do e-mail, mas não especificaram se Farnaz continuará sendo correspondente no Iraque. O editor-chefe do jornal declarou que as ‘opiniões pessoais de Farnaz não comprometeram de forma alguma a cobertura dela no Iraque, que têm sido um modelo de reportagem inteligente e corajosa, além de escrupulosa, precisa e justa’.
Negociações confusas na França
O primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, negou as acusações de que o seu governo tenha aprovado secretamente uma tentativa frustrada do deputado Didier Julia – membro do partido UMP, de Jacques Chirac – de liberar os dois jornalistas franceses reféns no Iraque. Líderes da oposição francesa sugeriram ao governo que aceitassem as negociações de Julia, mas depois que os esforços do deputado falharam, ele teria sido usado como bode expiatório. O governo francês acusou Julia e o empresário Philippe Brett, na semana passada, de colocar em risco a vida dos dois jornalistas depois que uma oferta que eles fizeram para negociar a liberdade dos reféns se revelou uma farsa. O porta-voz do partido socialista, Julien Dray, disse que os esforços de Julia e a oferta oficial francesa estavam correndo em paralelo. O ministro francês das relações exteriores declarou que a instituição ajudou Julia a conseguir vistos para entrar na Síria, mas que decidiu não interferir na missão do deputado e que os diplomatas tinham poucas informações a esse respeito. Georges Malbrunot, do Le Figaro, e Christian Chesnot, da RádioFrança Internacional, são mantidos em cativeiro há 47 dias. Informações de Julia Day [The Guardian, 6/10/04].