A apenas cinco meses da eleição presidencial nos EUA, evento de interesse mundial, as autoridades americanas adotaram uma medida que poderá causar o caos para os veículos que possuem correspondentes no país. A partir desta semana, os cerca de 20 mil jornalistas estrangeiros estacionados ali não poderão mais renovar seus vistos dentro dos EUA, ficando obrigados a procurar uma representação diplomática americana em outro país para solicitar o documento, o que pode atrasar o processo de quatro semanas a seis meses.
O governo americano afirma que o novo procedimento foi adotado em adequação a uma lei que exige que todos os vistos expedidos a partir de 26/10 contenham as impressões digitais e os dados biométricos do titular. Apesar de haver um edital separado determinando que todos os órgãos expedidores de vistos devem dispor dos equipamentos necessários para o cumprimento da lei, as autoridades alegam que não seria factível recolher os novos dados exigidos nas repartições dentro do país. Até agora, os jornalistas podiam renovar seus vistos em grandes centros dos EUA, como Nova York, por exemplo. Para reduzir o inconveniente causado pela nova regra, os profissionais que já renovaram sua autorização anteriormente serão atendidos mais rapidamente.
O presidente da Sociedade de Jornalistas Profissionais dos EUA, Mac McKerral, criticou o governo porque, além de prejudicar milhares de profissionais estrangeiros, outros países poderão invocar reciprocidade, obrigando correspondentes americanos espalhados pelo mundo a viajarem para renovarem seus vistos. A entidade está fazendo campanha para que a lei seja mudada. Informações de Owen Gibson [The Guardian, 8/7/04].