Jornalistas da Rússia, Etiópia, Irã e Venezuela foram homenageados pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) pelo trabalho ‘na linha de frente da batalha pela liberdade de imprensa’. O Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa, concedido anualmente, foi entregue em uma cerimônia em Nova York a Dawit Kebede, do jornal Awramba Times (Etiópia); Nadira Isayeva, do Chernovik (Rússia); Laureano Marquez, do Tal Cual (Venezuela) e Mohammad Davari, do Saham News (Irã).
Davari não compareceu ao evento pois está preso no Irã por seu trabalho sobre a suspeita de estupros, tortura e abusos em um centro de detenção, que acabou fechado. Nadira falou sobre sua motivação para escrever, ainda que se sinta ameaçada pelas autoridades russas. ‘O que me assusta mais que a prisão é a possibilidade de que algum dia, no futuro, um leitor do meu jornal me diga que nós ficamos em silêncio quando as pessoas estavam sendo sequestradas, torturadas e executadas sem julgamento’, desabafou.
Coragem
Kebede lançou o Awramba Times, jornal no idioma amhárico, em 2008, e já foi preso por divulgar a violência ocorrida durante as eleições no país em 2005, sendo solto somente após um perdão presidencial, dois anos depois. Na Venezuela, Marquez enfrentou pedidos de condenação criminal depois de ter escrito colunas sobre o presidente Hugo Chávez. Um prêmio especial foi concedido a Aryeh Neier, presidente do Open Society Institute, em reconhecimento por sua dedicação ao avanço da liberdade de expressão.
A coragem dos premiados foi ressaltada pelo diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. ‘Estes jornalistas personificam a luta para divulgar as notícias sem medo de represália. O trabalho deles desafia a censura’, declarou. Informações do Journalism.co.uk [25/11/10].