Com a proximidade da Copa do Mundo, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas publicou, na terça-feira [6/5], um relatório sobre o Brasil. “O Brasil é o lar de uma mídia vibrante, mas os jornalistas são regularmente assassinados impunemente e jornalistas críticos estão sujeitos a ações judiciais que drenam recursos e censuram histórias importantes”, afirma a organização, que tem sede em Nova York. “Durante a Copa do Mundo de 2014, essa contradição vai estar em vívida exibição. Será que o governo de Dilma Rousseff tem a vontade e a determinação para derrotar a impunidade e acabar com o assédio legal, permitindo que a liberdade de imprensa prospere?”, questiona.
O relatório especial conta com artigos sobre liberdade de imprensa e o papel do governo, censura e impunidade, além do marco civil da internet, aprovado recentemente. Traz ainda uma lista dos jornalistas mortos no país – por conta de seu trabalho – desde 2011; segundo a contagem do CPJ, são 12 no total. Os artigos são de autoria do jornalista Fernando Rodrigues, um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); do jornalista Carlos Lauría, coordenador do CPJ nas Américas; do advogado Geoffrey King, coordenador de defesa da Internet do CPJ; John Otis, correspondente do programa das Américas do CPJ nos Andes; e Sara Rafsky, pesquisadora associada da organização.
Por fim, o relatório faz recomendações às autoridades brasileiras, como treinar os órgãos responsáveis pela aplicação da lei para garantir que os jornalistas possam cobrir manifestações antes e durante a Copa sem medo de represálias; alterar as leis sobre privacidade e difamação para garantir que não sejam usadas para censurar reportagens sobre temas sensíveis; e ampliar o programa nacional de proteção aos defensores dos direitos humanos para incluir explicitamente jornalistas sob ameaça iminente.
Veja aqui o relatório completo, em português.
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