Para driblar a crise econômica, alguns jornais dos EUA resolveram eliminar as edições de segunda feira. A idéia é simples: diante da queda de leitores e anunciantes nos jornais impressos, é preciso gastar menos dinheiro com impressão. O McPherson Sentinel, publicado em uma pequena cidade do Kansas, é um dos diários a adotar a medida, que ajudou a proprietária GateHouse Media a evitar a demissão de funcionários e a diminuição do número de páginas nos outros dias da semana. Para explicar aos leitores a decisão, os editores do jornal usaram de uma comparação básica: cortar uma edição é o mesmo que o fabricante diminuir o tamanho da embalagem de maionese, ou o pacote do biscoito, e o consumidor continuar pagando valor igual.
De acordo com a Associação de Jornais dos EUA, os lucros publicitários nos impressos caíram 16% no segundo trimestre de 2008. ‘É preciso pesar o serviço com o custo, e, agora, os gastos com impressão estão muito altos’, explica Nancy Conway, do Salt Lake Tribune, que eliminou algumas de suas seções. O McPherson Sentinel não foi o único jornal a cortar as edições de segunda. O mesmo ocorreu no Dispatch, da Carolina do Norte, no Daily Review Atlas e no Star Courier, de Illinois, e no East Valley Tribune, de Phoenix.
‘Os anunciantes não são idiotas’, opina George Sylvie, professor de jornalismo da Universidade do Texas, explicando que quem anuncia sabe que segunda-feira é um dia morno para a venda de jornais. Para Lauren Rich Fine, ex-analista de mídia e pesquisadora da Universidade Kent State, eliminar as edições de segunda – tradicionalmente as piores para anunciantes – é um passo na direção certa. Informações de Sarah Rabil [Bloomberg, 13/10/08].