Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Crise provocou mais de 6 mil demissões de jornalistas

 

Mais de seis mil jornalistas ficaram desempregados na Espanha nos últimos três anos, desde o início da crise econômica no país, no final de 2008. “É a situação mais severa de toda a história do jornalismo espanhol. Os números do último trimestre são alarmantes e o futuro é negro”, afirma Elsa Gonzalez, presidente da Federação das Associações de Jornalistas da Espanha, que representa 21 mil profissionais da mídia.

Segundo a federação, 6.234 jornalistas perderam o emprego, 57 organizações de mídia fecharam as portas e 23 extinguiram cargos. Os dois maiores jornais da Espanha, El País e El Mundo, ainda planejam realizar cortes em massa para eliminar 1/3 da força de trabalho (algo em torno de 195 postos, cada). Já o Público, de esquerda, mantém sua versão online desde que cancelou a impressa, em fevereiro, com a perda de 160 cargos. “É uma situação de desemprego e também de precariedade, porque os salários caíram”, diz Elsa. “Os jornalistas têm que fazer o mesmo trabalho com os salários reduzidos. Eles estão sob mais pressão e devem trabalhar mais ganhando menos. Isto afeta a qualidade das notícias”, complementa Fernando Cano, editor do site PRNotícias.

De acordo com Cano, a receita publicitária caiu 22% na mídia impressa, 17% na TV e 11% no rádio. A federação pediu que fossem feitos protestos em 40 cidades da Espanha nesta quinta-feira, dia 3, para marcar o Dia Mundial da Liberdade da Imprensa, a fim de pedir por melhores condições para jornalistas e chamar a atenção para o fato de que o enfraquecimento do jornalismo prejudica a democracia. Informações da Agence France-Presse [2/5/12].