A rede americana CBS tem planejado para o dia 9/3/05 a exibição de um especial sobre o âncora e repórter Dan Rather, que na mesma noite fará sua despedida do comando do CBS Evening News, telejornal que apresenta há 24 anos. Segundo matéria da AP [17/2/05], a emissora não pretende deixar de fora do programa o incidente que precipitou a aposentadoria de Rather – sua apresentação, no 60 Minutes Wednesday, de uma matéria baseada em documentos suspeitos em que George W. Bush era acusado de haver recebido tratamento privilegiado quando serviu a Guarda Nacional, nos anos 70. O Evening News também exibirá uma série de matérias em que Rather falará das principais coberturas que fez em sua carreira. Jornalista desde 1962, ele sempre fez questão de dizer que se considerava mais repórter do que âncora e esteve presente em fatos históricos marcantes como o assassinato de John Kennedy e as recentes eleições iraquianas. Em 1965, chegou a ajudar a carregar um soldado americano ferido no Vietnã, estancando seu sangue, mas nunca permitiu que as imagens desse fato fossem levadas ao ar.
Envolvidos no caso CBS rejeitam demissão
O New York Times [16/2/05] informa que a vice-presidente sênior de jornalismo da CBS, Betsy West, o produtor executivo do 60 Minutes Wednesday, Josh Howard, e sua vice, Mary Murphy, todos responsabilizados pela forma precipitada como foi apresentada a reportagem em que George W. Bush era acusado de receber tratamento privilegiado quando servia à Guarda Nacional, ainda não acataram a ordem do presidente da rede americana, Leslie Moonves, de renunciarem a seus cargos. Ainda não está claro porque Moonves pediu que se demitissem em vez de simplesmente mandá-los embora, como fez com a produtora da matéria, Mary Mapes. Betsy, Howard e Mary estariam consultando seus advogados para conseguir mais dinheiro que a rescisão oferecida pela CBS – que, pelo menos nos casos dos dois últimos, equivale a menos de um ano de salário, sendo que ambos trabalham ali há mais de 15 anos.