O mercado de ações americano está se recuperando aos poucos, desde o estouro da ‘bolha da internet’, e o reflexo disso é sentido nos números de audiência de canais de notícias econômicas, como a Bloomberg, que registrou seu recorde de público na faixa de 25 a 54 anos no último trimestre de 2003. A líder do segmento de TV noticiosa, Fox News, manifestou a intenção de criar um canal financeiro. De olho nesses dados, Gregg Wirth, do New York Post [25/1/04], se pergunta se em breve os televisores de todo e qualquer boteco estarão novamente sintonizados nas emissoras de finanças, como aconteceu na fase áurea do mercado acionário, que durou até 2000.
Para o crítico de mídia do Washington Post, Howard Kurtz, isso é improvável. Ele considera que a recuperação do número de telespectadores se deve ao fato de que os negócios estão melhores, mas que isso não significa uma nova onda de ‘mercadomania’. Os chefes das emissoras também tentam se conter com a fase positiva. David Friend, vice-presidente sênior de jornalismo da CNBC, o canal que mais foi prejudicado pela queda da bolsa porque só falava de ações, afirma que agora sua cobertura é mais abrangente e analítica. Kenneth Jautz, vice-presidente executivo de jornalismo econômico da CNN, ao referir-se à CNNfn, reforça essa idéia: ‘Estamos na transição de um canal sobre mercado de ações para um canal sobre dinheiro’.