Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

De surpresa, ‘NYT’ substitui sua editora-executiva

A jornalista Jill Abramson, primeira mulher a ocupar o posto de editora-executiva no New York Times, será substituída pelo chefe de redação Dean Baquet. O anúncio – que pegou a redação de surpresa – foi feito nesta quarta-feira [14/5] pelo publisher do Times e presidente do conselho da New York Times Company, Arthur Sulzberger Jr. Segundo ele, uma nova liderança irá melhorar alguns aspectos gerenciais na redação. Não foram dados mais detalhes.

“Não há jornalista em nossa redação ou em qualquer outro lugar mais qualificado para assumir as responsabilidades do cargo de editor-executivo neste momento do que Dean Baquet”, afirmou Sulzberger Jr. em uma mensagem aos investidores do jornal. “Ele é um repórter e editor excepcional com um discernimento jornalístico impecável e que goza da confiança e apoio de seus colegas em todo o mundo e em toda a organização”.

De acordo com o correspondente de mídia da CNN Brian Stelter, que é ex-repórter do Times e tuitou partes do discurso do publisher à redação, Sulzberger disse ainda que não houve nenhum tipo de conflito entre os lados editorial e administrativo do jornal. Segundo artigo no Huffington Post, havia, no entanto, relatos de tensão entre Jill Abramson e Mark Thompson, CEO da New York Times Company, sobre a interferência do lado comercial na redação. Também eram conhecidas críticas sobre o estilo de liderança da editora-executiva.

Dança das cadeiras

Jill foi editora da sucursal de Washington antes de assumir o comando do jornal, em 2011, substituíndo Bill Keller. Tradicionalmente, os editores-executivos do diário deixam o posto ao completar 65 anos – ela tem 60. Em uma declaração após o anúncio, Jill afirmou que amou seu tempo no Times, onde pôde trabalhar com “os melhores jornalistas do mundo” e fazer jornalismo de qualidade.

Baquet, de 57 anos, será o primeiro negro a ocupar o cargo no New York Times. Ganhador de um prêmio Pulitzer, ele já comandou a redação do Los Angeles Times. “É uma honra ser chamado a liderar a única redação do país que é realmente melhor do que era uma geração atrás”, afirmou.