Mais de um mês depois da publicação, pelo jornal britânico Sunday Times, de uma matéria sobre um memorando do governo britânico que sugere que os EUA deturparam dados de Inteligência para justificar a invasão do Iraque, constrói-se uma polêmica sobre por que a imprensa americana praticamente ignorou essa grave denúncia.
O New York Times mencionou a notícia em 2/5, um dia depois da publicação no Reino Unido. No entanto, somente o 15º parágrafo da matéria informa que o documento acusa o Pentágono de adaptar informações ao belicismo de George W. Bush. O editor sênior da seção internacional do jornalão, Jim Cox, se justifica afirmando que não tinha uma cópia de autenticidade comprovada do documento e que não poderia correr o risco de influir injustamente na eleição britânica que aconteceria poucos dias depois.
O Los Angeles Times demorou 11 dias para dar a notícia e o Washington Post demorou 14. Nenhum diário grande colocou o assunto na capa. O conservador USA Today [8/6/05] só o mencionou na semana passada. Confrontado por um repórter da Reuters numa coletiva, ao lado do premiê britânico Tony Blair, Bush negou a acusação. ‘Não há nada mais longe da verdade. Nenhum de nós queria usar força militar. Foi nossa última opção’.