Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Depois do Irã, é a vez do Iraque condenar emissora

O parlamento iraquiano votou, na quarta-feira (9/5), a favor da tomada de providências legais contra a emissora de TV al-Jazira, acusada de insultar o principal clérigo xiita do país, aiatolá Ali al-Sistani. Segundo nota de Hamza Hendawi na AP [9/5/07], não foi especificado, entretanto, que ações legais seriam estas.


A decisão do parlamento segue a onda de protestos no fim da semana passada nas cidades de Basra e Najaf por centenas de xiitas enfurecidos com um talk-show da emissora que questionou a liderança de al-Sistani.


Indignação


A controvérsia recebeu grande cobertura da mídia no Iraque, com alguns canais televisivos xiitas dedicando horas e mais horas de programação aos discursos inflamados de políticos e clérigos expressando sua indignação. No Irã, país de origem de al-Sistani, o parlamento decidiu proibir repórteres da al-Jazira a entrar no prédio até que a emissora divulgue um pedido de desculpas pelo talk-show.


‘Nós sentimos pela decisão iraquiana’, afirmou Ahmed al-Sheik, editor-chefe da emissora com sede em Doha, no Catar. ‘Não podemos fazer nada. Não temos problemas com o governo iraquiano e o tratamos como qualquer outro governo’.


Terrorismo


Antes da votação parlamentar, alguns deputados chegaram a sugerir que a al-Jazira enfrentasse processo na Corte Penal Internacional de Haia por seu suposto papel em incitar o conflito sectário no Iraque – acusação feita com freqüência por políticos xiitas contra a emissora.


Muitos políticos alegam que a cobertura que a al-Jazira faz do Iraque faz com que ela se torne algo semelhante a um braço midiático do grupo terrorista al-Qaeda. ‘É um canal que provoca o conflito sectário e, como resultado, causa derramamento de sangue’, afirmou o parlamentar xiita Waiel Abdul-Lateef antes da votação. O canal é proibido de operar diretamente do Iraque desde 2004.