Uma semana após restringir o acesso ao Twitter, o governo turco fez o mesmo com o YouTube. O bloqueio ocorreu na quinta-feira [27/3], horas depois de uma gravação de áudio de uma reunião confidencial de funcionários governamentais ter sido vazada no site de compartilhamento de vídeos.
A gravação, postada por uma conta anônima, trazia uma conversa entre membros do alto escalão da inteligência e do governo sobre possíveis ações militares na Síria. Segundo a Reuters, uma fonte no gabinete do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan afimou que o governo decidiu agir contra o YouTube porque o vazamento criou uma “questão de segurança nacional”. O Ministério das Relações Exteriores publicou uma declaração em seu site classificando o vazamento de “um ato de espionagem”.
A decisão de bloquear o site teria sido tomada pelo TIB, órgão responsável pelas telecomunicações no país, como uma “medida administrativa preventiva”. Em 2007, o YouTube foi banido da Turquia, mas o governo revogou a decisão três anos depois. Em fevereiro, foi aprovada uma controversa legislação de internet que permite que o regulador do setor de telecomunicações bloqueie sites sem uma ordem judicial.
Outras gravações parecidas com a desta semana, mostrando suposta corrupção governamental e a influência direta do primeiro-ministro sobre a mídia, têm sido vazadas nas últimas semanas em redes sociais. Erdogan refuta as alegações como “mentiras” e “chantagem”, acusando a oposição de tentar minar o sucesso de seu partido, o AKP, por conta da proximidade das eleições municipais, marcadas para o próximo domingo [30/3].
Na semana passada, foi a vez do Twitter ser bloqueado depois de Erdogan acusá-lo de ser “uma ameaça à segurança nacional”. A restrição ao microblog durou cinco dias.
***
Leia também