Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Desempenho ruim no primeiro semestre de 2011

Ao longo da maior parte de 2010, empresas de jornais americanas falaram de “melhoria sequencial” nas receitas, em um eufemismo para as perdas publicitárias, que continuaram, mas estavam se tornando gradualmente menos severas. Então, nos primeiros meses de 2011, as perdas começaram a acelerar novamente. A publicidade, que havia caído 4,7% ano a ano no quarto trimestre de 2010, diminuiu 7% no primeiro trimestre de 2011, segundo a Associação de Jornais da América.

Resultados do segundo trimestre ainda estão sendo contabilizados, mas já foram considerados ruins o suficiente para gerar demissões em massa no grupo de mídia Gannett, há duas semanas, e para uma decisão, na semana passada, de consolidar a edição de todos os jornais da MediaNews na área da baía de São Francisco.

Há ainda três fatores que mostram um passo atrás na luta da indústria midiática para sobreviver: a queda nos valores das ações, de 5% a mais de 60%; a erosão publicitária, com anúncios de telecomunicações desaparecendo dos jornais regionais e a diminuição de encartes publicitários; e a demora em encontrar novas fontes de receita.

A cobrança pelo conteúdo online pode parecer uma estratégia eficiente, mas ainda não se mostrou capaz de trazer uma receita significativa. Já em relação aos tablets, estudos mostram que seus usuários tendem a diminuir o consumo do impresso. Por outro lado, o valor dos aplicativos de assinatura e dos anúncios ainda é instável. Segundo pesquisa do Pew Research Center, a venda dos tablets está diminuindo, sendo ultrapassada pela de leitores eletrônicos.

Uma possível solução seria integrar as vendas e usar um elemento de novidade na publicidade digital. O Arizona Daily Star, por exemplo, usa QR codes, códigos de barras que podem ser escaneados por aparelhos móveis. Tais iniciativas foram responsáveis por um aumento de 10,4% na receita digital, no primeiro trimestre de 2011, comparado ao mesmo período do ano passado, segundo a Associação de Jornais da América. Uma outra esperança dos jornais é conseguir proteger e licenciar seu conteúdo, recolhendo taxas dos sites agregadores de notícias. Informações de Rick Edmonds [Poynter, 5/7/11].