A ideia era original: permitir que pessoas comuns criassem, juntas, uma enciclopédia na internet. Quando ela foi ao ar, em 15 de janeiro de 2001, não se sabia se o projeto iria para frente. Não se tinha noção se alguém colaboraria e, caso o fizesse, se as informações seriam confiáveis. Dez anos mais tarde, a Wikipedia é um caso de sucesso. Ainda sofre com dados incorretos e farsas, mas tornou-se, em grande parte, uma importante fonte de informação com milhões de tópicos e um dos sites mais visitados do mundo.
‘A Wikipedia é modesta. Não é um site bonito. Parece um pouco estranho – e às vezes a escrita é um pouco estranha também’, diz Sue Gardner, diretora-executiva da Wikimedia Foundation, organização sem fins lucrativos responsável pela enciclopédia online. Mas o importante, reflete Sue, é que as pessoas se afeiçoaram ao projeto e o permitiram chegar onde chegou. Hoje, apenas em inglês, há 3,5 milhões de artigos. Há mais de 15 milhões de verbetes em centenas de idiomas. Em português, são quase 700 mil.
Voluntários
Apesar das incertezas do começo, a Wikipedia rapidamente ganhou colaboradores. Logo apareceram voluntários dispostos a contribuir, e os leitores não pareciam ligar para como o processo era feito – se aqueles editores eram profissionais pagos ou não. Dez anos depois, ainda há muito trabalho para fazer. O americano Jimmy Wales, fundador do site, quer recrutar mais colaboradores – incluindo mais mulheres, pessoas mais velhas e mais editores em outras línguas. Atualmente, 80% dos editores são homens; a maioria deles na casa dos 20 anos.
Para estimular o aumento dos artigos em outras línguas, a Wikipedia planeja, nos próximos meses, abrir seu primeiro escritório internacional na Índia. Há planos ainda para escritórios no Egito e no Brasil. Para melhorar a qualidade dos verbetes e de imagens, foram buscadas parcerias com universidades e museus, além de especialistas nos mais variados assuntos.
E, finalmente, para combater informações incorretas por acidentes ou brincadeiras, ao longo dos anos os editores foram ganhando ferramentas – como, por exemplo, o poder de bloquear contribuições em notícias quentes até que se tenha dados confiáveis. Com informações do New York Times [13/1/11].