O Dia Nacional da Imprensa do Irã, comemorado em 7/8, foi marcado por um protesto de parte dos jornalistas locais. Eles fizeram greve de fome e boicotaram uma cerimônia do governo para premiação de profissionais de imprensa. Foi extra-oficialmente declarado um dia de ‘luto’, já que as autoridades fecharam todos os jornais que defendem reformas no regime islâmico. No final de julho, o promotor Said Mortazavi, de Teerã, anunciou que todos os jornalistas que escreveram para essas publicações serão banidos do exercício da profissão. A organização Repórteres Sem Fronteiras [10/8/04] apoiou o protesto. ‘Enquanto encenam um pseudotributo ao trabalho dos jornalistas, as autoridades iranianas se esforçam por negar-lhes o direito de trabalhar e persistem em sua campanha de repressão. Reafirmamos nosso apoio aos jornalistas iranianos, que bravamente se recusam a ser silenciados, e conclamamos as autoridades iranianas a ouvir suas demandas’, declarou o grupo, em comunicado.
Sauditas são julgados por expressão de idéias
A organização International PEN [12/8/04] chama atenção para o processo contra os sauditas Ali Al-Domaini e Matrouq al-Faleh, detidos em março por se manifestarem contra autoridades sauditas. Eles fazem parte de um grupo de 12 intelectuais presos por criticarem a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e por planejarem criar sua própria entidade de defesa dos direitos humanos. A CNDH é o primeiro órgão desse tipo na Arábia Saudita. Sua criação foi aprovada pelo governo em março, como parte das tímidas iniciativas oficiais para uma reforma política. Muitas figuras oposicionistas exigem transformações mais rápidas. Al-Domaini é escritor e Al-Faleh é ex-professor de ciência política da Universidade Rei Saud. Ele foi banido do ofício após publicar num jornal londrino em árabe um artigo sobre a repercussão dos ataques terroristas de 11/9/01, nos EUA, dentro da Arábia Saudita. O julgamento de ambos começou este mês.
Grupo defende ‘luta contra o terror’
O deputado estadual americano Howard Kaloogian, que iniciou a campanha contra o então governador da Califórnia, Gray Davis, invocando as novas eleições em que Arnold Schwarzenegger chegou ao poder, montou uma organização para fazer propaganda em prol dos militares americanos engajados na ‘guerra contra o terror’. Sediada na cidade de Sacramento, a Move America Forward compra espaço na TV para dar o seu recado de oposição ‘à mídia liberal e aos políticos esquerdistas que usam todas as notícias negativas para lançar ataque político contra os militares’, segundo informa seu sítio na internet. Em um de seus filmes, a apresentadora Melanie Morgan – vice-presidente da Move America Forward – pede que os americanos se unam para ‘erguer a voz, mesmo que os terroristas possam ouvi-la’. Mesmo tendo uma posição bem clara, o grupo afirma não apoiar nenhum dos candidatos presidenciais. Desde o início das atividades da organização, em junho, ela recebeu centenas de milhares de dólares em doações dedutíveis do imposto de renda, informa a AdWeek [10/8/04].