Dois diplomatas cubanos penetraram uma coletiva de imprensa sobre direitos humanos na Organização das Nações Unidas, em outubro, lamentou o órgão. A ONU proíbe a entrada de membros governamentais em coletivas, a não ser que tenham sido explicitamente convidados e estejam entre os entrevistados. O incidente ocorreu na entrevista com Jean Ziegler, especialista em direitos humanos que se preparava para uma missão na ilha comunista.
Por uma década, o governo de Cuba se recusou a permitir que enviados da ONU investigassem acusações de abuso de direitos humanos, alegando que missões deste tipo violariam a soberania do país. Ziegler visitou Cuba no início de novembro.
Elena Ponomareva, porta-voz do órgão na Europa, afirmou que não conseguiu impedir que os dois homens entrassem na coletiva. Diante de uma discussão entre um jornalista francês e Ziegler, que afirmou que Havana merecia elogios por cooperar com as Nações Unidas, os oficiais pediram que outros jornalistas identificassem o nome e o veículo do profissional que contestou o especialista. Ao fim da entrevista, ao ser confrontados por Elena, os homens disseram apenas ser diplomatas em uma missão da ONU, mas não responderam que país representavam.
‘Só posso lamentar este incidente’, afirmou a porta-voz em carta à associação de correspondentes da ONU em Genebra. Esta não foi, entretanto, a primeira vez que algo do tipo ocorreu. Diplomatas sudaneses também já tentaram monitorar debates sobre a conturbada região de Darfur. Informações de Bradley S. Klapper [AP, 14/11/07].