Homossexuais asiáticos expressaram indignação, esta semana, após emissoras de TV que exibiam a cerimônia do Oscar terem censurado as palavras ‘gay’ e ‘lésbica’ em discursos que pediam por direitos iguais para homossexuais. As falas do ator Sean Penn e do roteirista Dustin Lance Black – premiados por seu trabalho no longa Milk, A Voz da Igualdade – foram exibidas na íntegra durante a transmissão ao vivo, na Ásia, na manhã de segunda-feira (23/2). No entanto, telespectadores que assistiram ao evento gravado, no serviço de TV por satélite Star, que atinge mais de 300 milhões de pessoas em 53 países, notaram que o som sumia cada vez que eram mencionadas as palavras ‘gay’ e ‘lésbica’.
Penn recebeu o Oscar de melhor ator e Black, o de melhor roteiro original. O filme conta a história do primeiro ativista homossexual eleito a um cargo político nos EUA. ‘Como gay, estou verdadeiramente ofendido. Parem de censurar as palavras que descrevem quem eu sou’, declarou Pang Khee Teik, comentarista de artes conhecido na Malásia, em carta enviada a diversas organizações de mídia. Segundo ele, a atitude passa a mensagem de que ‘gays e lésbicas ainda são itens vergonhosos que devem ser censurados aos ouvidos do público’. Usuários de fóruns online em Cingapura e na Índia também reclamaram sobre os discursos censurados.
Jannie Poon, porta-voz da Star em Hong Kong, reforçou que a empresa não teve a intenção de frustrar nenhum telespectador. Ela alegou que não foi avisada imediatamente que os discursos haviam sido censurados, mas notou que os índices de audiência preliminares da Star foram altos, especialmente na Índia e em Taiwan. Informações de Sean Yoong [AP, 25/2/09].