Um falso documentário que mostrava o sequestro fictício do príncipe Harry no Afeganistão ganhou destaque na mídia britânica e provocou polêmica, com manchetes criticando a produção. Na noite da semana passada em que foi exibido, no entanto, o programa teve baixa audiência. Foram menos de um milhão de telespectadores, o que corresponde a apenas 4,5% do total do público.
O programa mostrava cenas de Harry, interpretado pelo ator Sebastian Reid, em cativeiro, enquanto são feitas negociações para sua soltura. Em um momento, o príncipe é visto com uma arma apontada para seu rosto e pressupõe-se que ele apareça em uma propaganda talibã. Em 2008, Harry serviu no Exército britânico no Afeganistão por 10 semanas, sem que a notícia fosse divulgada pela mídia, até que foi quebrado um acordo de silêncio.
O chefe das Forças Armadas do Reino Unido, Jock Stirrup, chegou a escrever uma carta ao Channel 4 pedindo que o documentário não fosse ao ar. Segundo ele, o vídeo de 90 minutos seria incômodo para as famílias de membros do Exército e prejudicaria, ainda, o moral das tropas. Segundo uma porta-voz do canal, o Channel 4 respondeu a Stirrup esclarecendo que o filme se trata de uma análise jornalística séria e lida com o assunto de maneira cuidadosa. ‘É legítimo explorar os riscos que o príncipe enfrenta sendo um alvo de alto valor e buscar entender os perigos de um membro da família real no teatro moderno da guerra, assim como as implicações políticas de um sequestro do gênero’, justificou. Informações de Jason Deans e de Mark Sweney [The Guardian, 19 e 22/10/10]