Por duas décadas, a revista britânica Economist fez previsões certeiras sobre o ano seguinte em sua grossa edição especial de fim de ano, publicada tradicionalmente em dezembro. A bola de cristal do ano passado, entretanto, estava meio embaçada, diz Stephanie Clifford em artigo no New York Times [15/12/08]. ‘O Mundo em 2008’ não contava com a crise financeira que atingiu os EUA e o resto do mundo.
O editor da Economist Daniel Franklin, responsável pela edição especial, pergunta quem poderia prever que a crise estava chegando. ‘Não nós’, responde. ‘‘O Mundo em 2008’ falhou ao não prever nada disso’, continua, num mea culpa. Na edição de previsões para 2009, a nota do editor diz, ‘Sobre 2008: desculpe-nos’.
Franklin lista uma série de outras previsões não feitas: o preço do petróleo, as ações do Exército canadense, as mudanças no governo italiano e a política militar russa. ‘Ah, e esperávamos que, agora, Hillary Clinton estivesse prestes a entrar na Casa Branca’, lembra.
Em entrevista, o editor minimizou as previsões erradas ou perdidas. ‘É bom estar certo, mas esse não é o único ponto disso. Parte do objetivo [da edição de fim de ano] é dizer o que estará na pauta global’, diz. Para o próximo ano, a Economist prevê o envelhecimento da força de trabalho, um período de recessão e um boom nas vendas de discos Blu-ray. Para rechear a edição especial, Franklin convidou personalidades como a primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, o co-fundador da Microsoft Paul Allen, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger e a rainha Rania, da Jordânia, para discutir que questões serão importantes para eles em 2009.