Quando os candidatos presidenciais têm uma mensagem que querem divulgar, geralmente recorrem ao anúncio na TV. Mas o presidente Barack Obama, em busca da reeleição, começou sua campanha não com um comercial de 30 segundos, mas com um documentário online de 17 minutos. A aposta é que o filme, narrado pelo ator Tom Hanks, seja disseminado pelas redes sociais e trocas de e-mails.
O documentário “The Road We’Ve Traveled” (A estrada por onde viajamos, tradução livre) é exibido em uma nova plataforma do YouTube que permite que, além de assistir ao vídeo, o internauta participe da campanha. Usuários podem compartilhar conteúdo em suas páginas do Facebook, se increver para ser voluntários e fazer doações sem ter que sair da página de Obama no site de vídeos.
Estrategistas da campanha esperam usar esta nova ferramenta para focar nas pessoas de maneiras muito específicas. Assim, se alguém assistir a um vídeo sobre um lugar específico, como a Flórida, por exemplo, uma lista de seus amigos que moram na Flórida aparece ao lado do vídeo com uma mensagem que sugere a recomendação do vídeo a eles.
Os esforços da equipe de Obama ressaltam a importância da participação online em campanhas políticas e indicam o papel que a web desempenhará nas próximas eleições. O vídeo online é, hoje, vital para comunicação e persuasão. “A importância do vídeo online é nova para as campanhas, até se em comparação a 2008”, diz Teddy Goff, diretor digital da campanha do candidato democrata. “Agora, é, de certo modo, o nosso principal meio de comunicação da operação digital com eleitores. E cada vez mais vai ser o principal modo de se comunicar com aqueles que ainda não decidiram em quem votar”.
Credibilidade
Em um futuro próximo, a TV ainda deverá permanecer como meio dominante de comunicação com os eleitores. Especialistas em mídia digital preveem que cerca de 10% dos orçamentos de publicidade para campanhas este ano sejam gastos na web. Mas o vídeo online oferece um modo de se conectar com pessoas que os estrategistas sabem que estão engajadas e que não mudarão de canal ao passar o anúncio na TV. Além do mais, a plataforma oferece um modo de disseminar as mensagens em comunidades online que podem gerar debates.
“Este ano, é tudo sobre transmitir a mensagem em redes de confiança, porque todos estão desconfiados dos políticos”, afirma Darrell West, do Centro para Inovação da Tecnologia da Instituição Brookings. “É difícil ser persuasivo por meio de um anúncio direto. Mas se você consegue com que as pessoas compartilhem vídeos, acrescenta-se um grau de credibilidade, porque um amigo os está endossando”. Informações de Jeremy W. Peters [The New York Times, 15/3/12].