O grupo Guardian News & Media, que administra o jornal The Guardian, confirmou que poderá ter demissões compulsórias, na medida em que corta custos em meio a prejuízos crescentes. Os cortes propostos fazem parte da tentativa do Guardian de reduzir 7 milhões de libras (em torno de R$ 22 milhões) do seu orçamento editorial de 69 milhões de libras (R$ 225 milhões). Deverão ser eliminados 100 cargos de um total de 650.
Em um email para a equipe, a editora-executiva Sheila Fitzsimons, escreveu que as demissões compulsórias não podem ser descartadas. “Esperamos que sejamos capazes de conquistar as economias sem ter as demissões”, informou. A atitude era amplamente esperada entre a equipe do jornal The Guardian, depois que um plano de demissões voluntárias este ano destinado a reduzir entre 70 e 100 pessoas não obteve interesse suficiente. Apenas 30 jornalistas haviam aderido até o final do plano, em setembro. No total, o jornal havia cortado cerca de 200 cargos em seus departamentos editorial e comercial nos últimos 12 meses.
A tiragem do The Guardian caiu 11%, em setembro, comparado ao mesmo período do ano anterior, para 204.937. O prejuízo operacional no The Guardian e no Observer aumentou de 31,1 milhões de libras (R$ 101 milhões ) para 44,2 milhões de libras (R$ 143 milhões), de abril do ano passado até abril deste ano, mesmo com forte crescimento da receita online. A receita digital aumentou 16,3% para 45,7 milhões de libras (em torno de R$ 150 milhões), enquanto a audiência online dos jornais cresceu 36%.
Outras medidas para cortar custos discutidas em um encontro entre o Sindicato Nacional de Jornalistas e o grupo incluíam um congelamento de salários, uso reduzido de freelancers e incentivo de trabalho em meio período. O GNM também disse que reabriria o plano de demissão voluntária – a terceira vez em três anos. Informações de Duncan Robinson [Financial Times, 25/10/12].