A lista de possíveis compradores para o Los Angeles Times – o quarto jornal mais lido nos EUA – chama atenção, e mostra que ele ainda tem importância. Por décadas, o diário era uma das poucas instituições capazes de reunir as comunidades desiguais da cidade. Gerações mais velhas da família Chandler, proprietária do jornal, usaram-no como porta-voz da direita. Otis Chandler, que assumiu a liderança do diário em 1960, buscou criar um rival para os gigantes da Costa Leste. Ele investiu recursos, abriu sucursais nos EUA e no exterior, ganhou prêmios e lucrou. No começo dos anos 90, o jornal ultrapassava frequentemente oNew York Times em vendas.
Nas últimas duas décadas, entretanto, o Los Angeles Times vem passando por maus momentos. Em 2000, com queda na tiragem e na receita publicitária, a família Chandler vendeu-o para a Tribune Company, proprietária do Chicago Tribune. Depois disso, foram feitos cortes de custos e demissões. Um ano após a compra do Tribune Company, em dezembro de 2007, pelo magnata do setor imobiliário Sam Zell, o grupo já era uma das maiores falências no setor de mídia do país.
Hoje, a situação parece clarear um pouco. O grupo saiu da falência e pretende vender o Los Angeles Times (que ainda dá lucro e tem 500 funcionários da equipe editorial, bem menos dos que os 1.300 no auge do jornal), oChicago Tribune e outros seis títulos menores, para focar no mercado televisivo. Já há sete potenciais compradores.
Dias de glória para trás, mas de olho no futuro
Para aqueles que querem ver o Los Angeles Times de volta em mãos locais, o melhor cenário pode ser uma aliança entre o bilionário filantropo Eli Broad e o vice-prefeito de Los Angeles e ex-banqueiro de investimentos Austin Beutner. Ambos têm um histórico de apoiar projetos cívicos em uma cidade carente deles. Outros possíveis compradores incluem Aaron Kushner, que investiu no Orange County Register; o novo braço de publicações da News Corporation; e os multibilionários irmãos Koch. Alguns compradores podem ser rejeitados pelo desejo dos proprietários de vender os oito jornais para apenas um comprador.
Recentemente, a tiragem do Los Angeles Times estabilizou-se, após um grande período de declínio. Mas o novo proprietário enfrentará desafios que vão além da queda na tiragem e na receita publicitária comuns a toda a indústria. Ele terá que decidir se o Los Angeles Times sera um jornal local ou nacional.
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