O que os jornais devem esperar de 2009? Para Alan Rusbridger, editor-chefe do jornal britânico Guardian, a perspectiva não é nada boa. Em participação do programa Today, da Radio 4 da BBC, Rusbridger, com tom pessimista, afirmou acreditar que, no Reino Unido, haja diminuição de títulos nacionais e que algumas grandes cidades fiquem sem fontes de notícias confiáveis.
O editor concorda com o recente discurso de Rupert Murdoch na rádio australiana ABC, em que o dono da News Corporation disse que os jornais não devem se apoiar no meio impresso como o conhecemos hoje e precisam inovar para sobreviver. Em meio a um turbilhão de opiniões pessimistas sobre o futuro dos jornais, o tom de Murdoch é otimista – ele acredita que a nova era tecnológica é uma oportunidade, e não uma ameaça, aos jornais. Rusbridger afirma, entretanto, que ninguém tem idéia de como as notícias serão distribuídas daqui a cinco anos; não há soluções concretas. ‘Os próximos dois anos serão muito caros em termos de desenvolver estas novas formas de comunicação, ao mesmo tempo em que as fontes de receita estão minguando’, lembra.
Já Andreas Whittam Smith, do Independent, afirmou no programa que questões sobre a sobrevivência do jornal são feitas desde que ele foi fundado, mas que ultimamente se tornaram mais presentes. Ele acredita, no entanto, que o jornal irá sobreviver. ‘Se pegarmos jornais regionais e nacionais juntos, não há dúvida de que haverá algumas perdas. Mas é uma questão de enfrentar dois, três, quatro anos de dificuldades’, prevê. ‘O que os jornais terão que fazer, nestes tempos difíceis, é compartilhar recursos’. O Independent anunciou, recentemente, sua mudança para o edifício do grupo rival Associated Newspapers, para cortar custos. Informações de Oliver Luft [Guardian.co.uk, 24/12/08].