Casos de intimidação de jornalistas são comuns no Tadjiquistão, país da Ásia central. O governo do presidente Emomali Rakhmonov mostra-se pouco tolerante com qualquer tipo de dissidência. Diversos veículos de comunicação foram fechados nos últimos tempos depois de publicarem matérias críticas ao governo; alguns jornalistas foram intimidados em batidas policiais ou forçados a serem recrutados no serviço militar.
Há um mês, repetidas ameaças de morte feitas por pessoas anônimas levaram o editor do jornal de oposição – banido pelo governo – Charogi Ruz, Dodojon Atovulloyev, a deixar o país dias após ter retornado de um exílio de 12 anos. Na semana passada, o espancamento do editor do jornal Ruzi Nav irritou até a embaixada americana no Tadjiquistão. Rajab Mirzo foi espancado por diversos homens com barras de metal em Duchambe, capital do país, quando voltava para casa à noite.
Em nota, a embaixada disse que as autoridades devem conduzir uma investigação sobre o ataque e afirmou que ‘um debate político vigoroso é uma parte essencial do processo político e qualquer tentativa de intimidação de jornalistas seria um desserviço aos cidadãos do Tadjiquistão’.
No ano passado, o jornal de Mirzo havia feito matérias críticas à ascensão do presidente. Em novembro, a gráfica que o imprimia – e que pertence à administração de Rakhmonov – recusou-se a continuar a fazê-lo sem explicações. Agora, o Ruzi Nav é publicado por uma gráfica privada. Informações do Guardian [3/8/04].