Editoras européias descobriram uma curiosa diferença entre homens e mulheres, quando o assunto é informação de consumo: enquanto elas compram revistas, eles preferem a internet. Empresas de mídia como a britânica Emap, a alemã Axel Springer e a francesa Lagardere passaram a notar os comportamentos distintos com relação as suas revistas. Enquanto as vendas das publicações voltadas às mulheres crescem, as daquelas dedicadas aos homens apresentam declínio.
Segundo Dominique D´Hinnin, chefe do setor de finanças do Lagardere, a culpa pela situação é da rede mundial de computadores. ‘Estou falando de revistas masculinas, aquelas com mulheres com pouca roupa’, completou, em discurso a investidores em uma conferência sobre tecnologia e mídia, para ressaltar a gravidade do problema.
Adaptação
No Lagardere, a idéia agora é se adaptar à tendência, mudando o foco dos investimentos e analisando as possibilidades de inserir mais conteúdo masculino na internet. O grupo francês tem investido, nos últimos tempos, em mercados em expansão, como China e Rússia, onde o crescimento pode chegar a 30%. Isso significa que revistas masculinas ainda têm potencial para gerar dinheiro para as editoras.
Por outro lado, este é o momento ideal para que elas decidam se querem vender títulos ou reposicioná-los em seus próprios mercados. D´Hinnin afirma que o grupo tem considerado a opção de investir mais em conteúdo online voltado para temas como carros, pescaria e golfe. ‘Na internet, o acesso ao conteúdo é mais fácil e divertido. Homens jovens passam tanto tempo em sítios como o YouTube e o Dailymotion que não compram mais revistas’, resume. Com informações de Gavin Haycock [Reuters, 15/11/07].