Sete editores do alto escalão do Le Monde, maior jornal da França, pediram demissão em massa após um conflito com a administração do diário de centro-esquerda. As queixas dos editores são centradas em Natalie Nougayrede, gerente editorial do Le Monde, nomeada para o cargo em março do ano passado, tornando-se a primeira mulher a assumir a função.
Uma fonte do jornal disse que era “desgastante” trabalhar sob uma gestão que alegadamente “nunca se comunica, toma decisões sem consultar os editores-chefes e não responde a simples pedidos de organização”.
Crise de longa data
“A ausência de confiança e de comunicação para com a gestão editorial nos impede de cumprir nossos papéis como editores-chefes”, escreveram os jornalistas em carta divulgada internamente. A carta foi assinada por sete editores: François Bougon, Vincent Fagot, Julien Laroche-Joubert, Damien Leloup, Cécile Prieur, Françoise Tovo e Nabil Wakim. Os profissionais disseram, porém, que vão continuar disponíveis para treinar seus respectivos substitutos, a fim de evitar danos ao jornal.
Diversas crises atingiram o Le Monde nos últimos anos. Os dramas mais recentes tiveram início em fevereiro, quando a administração anunciou planos de parceria entre funcionários do impresso e do jornal online. Pouco tempo depois, os jornalistas envolvidos se queixaram de que a estratégia digital do jornal não tinha rumo. Além disso, a transferência de cerca de 50 jornalistas da redação impressa para outros serviços (principalmente para a redação online) criou a desconfiança sobre um possível plano de demissões em massa.