Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Romney e moderadora recebem críticas em segundo debate presidencial

De acordo com dados do Twitter, na noite de terça-feira (16/10) 7,3 milhões de tuítes foram postados relacionados ao segundo debate presidencial americano entre o democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney – três milhões a menos do que o primeiro debate, no dia 4/10. Mais uma vez, Romney teve mais menções do que o presidente Obama (em torno de três milhões de tuítes), um pouco a mais do que no último debate. Obama, por sua vez, caiu levemente para dois milhões.

No entanto, houve uma razão para o grande número de menções a Romney. Durante o debate, quando foi questionado sobre equidade de gênero, o ex-governador de Massachusetts disse que quando estava compondo seu gabinete, recebeu de seus assessores currículos apenas de homens. Ele pediu, então, que fosse feito um esforço para encontrar mulheres qualificadas para integrar sua equipe e acabou recebendo um “arquivo cheio de mulheres”. A hashtag #bindersfullofwomen começou a ser replicada imediatamente. Diversos sites no Tumblr fizeram memes (imagens satíricas) com pessoas fazendo referência à expressão. Uma página no Facebook chegou a ser criada, reunindo mais de 200 mil fãs.

Nas primeiras páginas dos jornais do dia seguinte, o debate, que contou com a participação de eleitores indecisos na plateia, também ganhou destaque. Mas as publicações optaram por focar na troca de acusações entre os candidatos, em vez de abordar a questão de quem foi o vencedor – ao contrário dos canais a cabo. Confira algumas capas neste link.

Moderadora criticada por republicanos

Enquanto o moderador Jim Lehrer foi criticado por ter sido muito respeitoso e sem pulso firme até para impor o limite do tempo, a moderadora Candy Crowley enfrentou críticas por se inserir muito na conversa ao questionar os fatos. Conservadores alegaram que ela estava do lado do presidente Obama. “O comportamento de Candy foi além do desprezível, pois foi uma tentativa ostensiva de influenciar a eleição presidencial”, disse o grupo de direita Americans for Limited Government. “Se a CNN quiser manter qualquer traço de credibilidade como uma organização de notícias, deveria demitir Candy imediatamente por sua violação grosseira do que tiver sobrado dos padrões jornalísticos”. A jornalista é chefe dos repórteres políticos da CNN e foi a primeira moderadora mulher em 20 anos de debates presidenciais americanos.

O momento mais criticado foi quando Romney disse que Obama havia demorado a definir o ataque na Líbia, que matou o embaixador americano e mais três de sua equipe, como um “ato de terror”. Obama rebateu e disse que o fez no discurso no dia seguinte ao episódio. Candy então disparou: “Ele o fez de fato, senhor”. O presidente pediu, inclusive, para ela repetir a frase um pouco mais alto. Depois do debate, ela admitiu que não tinha usado a melhor palavra e afirmou que sua intenção era apenas fazer com que o diálogo continuasse.

As críticas também foram feitas pelo Twitter, por jornalistas conservadores, como Glenn Bec e Jonah Goldberg. O deputado Jason Chaffetz disse que ela ultrapassou os limites, ao tentar verificar os dados apresentados pelos candidatos. “Quando você tem dois candidatos discordando, não é papel do moderador dizer: ‘Sr. Presidente, você está certo’ ou ‘Governador Romney, você está certo’”, disse.

Na era política polarizada, entretanto, um moderador tem poucas chances de escapar de críticas. Até mesmo Martha Raddatz, que manteve controle rígido do debate vice-presidencial da semana passada, foi considerada pelos conservadores como favorável a Joe Biden, vice de Obama. Para os militantes, é mais fácil colocar a culpa pelo mau desempenho do candidato no moderador. Não é surpresa que republicanos tenham argumentado que Obama perdeu o primeiro debate porque Lehrer deixou Romney passar por cima dele; tampouco que republicanos tenham sugerido que Romney perdeu o segundo porque Candy ficou do lado de Obama.

O último debate será na segunda-feira (22/10).

Partidos menores

O ex-apresentador da CNN Larry King irá mediar um debate com candidatos de partidos menores – Gary Johnson, do Partido Libertário; Jill Stein, do Partido Verde; Virgil Goode, do Partido da Constituição; e Rocky Anderson, do Partido da Justiça – na terça-feira (23/10), em Chicago, que será exibido na internet. Segundo ele, está claro que nenhum dos candidatos irá ganhar a eleição, mas todos merecem uma voz na disputa presidencial. “Eles têm uma história para contar. É um sistema de dois partidos, mas não pela lei”, disse ele, que deixou a CNN em 2010 e agora apresenta um programa na Ora.TV, canal na internet. Informações de Media Life Magazine [17/10/12], de Brian Bakst [AP, 17/10/12], de Brian Montopoli [CBS News, 17/10/12] e de Kevin Cirilli [Politico, 17/10/12].