O cantor Elton John exerceu uma função diferente na quarta-feira, dia 1º de dezembro, quando é celebrado o Dia Mundial da Aids. Ele foi editor da edição especial do jornal britânico Independent, voltada para a data. Foram diversas páginas com matérias sobre a luta contra a Aids e contribuições de amigos famosos do cantor, como o comediante Stephen Fry e a atriz Elizabeth Taylor.
Os lucros com as vendas desta edição vão para a fundação de John, a Elton John Aids Foundation. Simon Kelner, editor do jornal que ‘cedeu’ o cargo por um dia, afirmou que a percepção da Aids como uma ameaça mundial acaba, por vezes, sendo minimizada. ‘É muito estimulante ter alguém tão famoso como Elton John editando o jornal. Mas também há um propósito sério nesta iniciativa, que é focar no Dia Mundial da Aids e nos assuntos em torno da doença, que em geral não têm o destaque que costumavam ter’, observou.
John admitiu ter pouca experiência com computadores. ‘Acho que se você estiver fazendo uma revista, ainda pode fazer a diagramação de maneira manual, mas se você estiver fazendo um jornal, é um trabalho muito rápido, então tem de usar o computador’, disse. ‘Este Dia Mundial da Aids marca o começo de uma quarta década vivendo com um assassino global, mas eu sou tomado não pelo desespero, mas pela esperança’, escreveu o cantor no editorial. ‘Sou encorajado pelas estatísticas recentes que mostram uma história promissora – cinco milhões de pessoas sob tratamento e uma queda de 25% em novas infecções nos países mais afetados desde 2001’.
Ao lado do editorial, foi publicado um artigo assustador sobre os movimentos das empresas farmacêuticas que podem bloquear o fornecimento de remédios antiretrovirais a preços acessíveis para os países em desenvolvimento.
Bom resultado
Na opinião do jornalista Roy Greenslade, que tem uma coluna no site do Guardian [1/12/10], o resultado da edição de Elton John foi surpreendente. ‘Nunca vi muito sentido em celebridades que são editores-convidados de jornais e revistas. É uma promoção óbvia sem valor editorial. Mas a edição de quarta-feira do Independent não ficou ruim. Pelo contrário, foi um dos melhores exemplos de edição feita por celebridades’, escreveu. Segundo Greenslade, a edição especial foi um alerta para os britânicos, que têm tendência a esquecer da tragédia mundial da Aids. Informações de Mike Collett-White [Reuters, 1/12/10].