Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Em uma semana, duas jornalistas mortas

A jornalista Zakia Zaki foi assassinada na noite de terça-feira (5/6), em uma cidade ao norte de Cabul, no Afeganistão. Zakia era dona e dirigia uma estação de rádio chamada Paz. Este é o segundo crime do tipo no país em apenas uma semana. Em 31/5, a apresentadora de TV Shakiba Sanga Amaj, de apenas 22 anos, foi morta a tiros dentro de sua casa, em Cabul. A polícia prendeu um suspeito, mas o motivo ainda não é claro.


Os dois assassinatos reacenderam o debate sobre a morte da apresentadora de TV Shaima Rezayee, de 24 anos, em maio de 2005. Shaima também foi morta a tiros em sua casa, e o caso continua sem solução. Há quem diga que a jornalista cometeu suicídio, mas existe a versão de que ela estava provocando polêmica no país conservador por causa de sua aparência e comportamento considerados modernos.


Onda de repressão


Na semana passada, surgiram boatos de que o assassinato de Shakiba estaria relacionado à recusa em casar com um pretendente. Já no caso de Zakia, nenhum suspeito foi identificado. ‘A família dela não culpa ninguém por sua morte e a polícia deu início a uma intensa investigação do caso’, anunciou o porta-voz do Ministério do Interior. Zakia era crítica dos chamados ‘senhores da guerra’, comandantes da resistência anti-soviética que, na década de 1980, levaram o Afeganistão a uma brutal guerra civil.


Há o temor, no Afeganistão, que esteja ocorrendo uma onda de repressão contra jornalistas – o que prejudicaria em muito os avanços conquistados pela mídia após a queda do regime talibã, em 2001. Em um incidente recente, uma repórter televisiva foi espancada por seguranças no parlamento por causa de uma matéria que estava apurando. Um novo projeto de lei afegão inclui um artigo que proíbe a divulgação de notícias que ‘ameacem o bem-estar físico, espiritual e moral das pessoas’. Informações da AFP [6/6/07].