Atualmente, não é difícil encontrar más notícias em relação à indústria de jornais americana: a tiragem de muitos diários está caindo e equipes e orçamentos estão sendo cortados. Por isso, era de se esperar que o momento não fosse propício para recém-formados em jornalismo. No entanto, 2005 foi o melhor ano, desde 1999, para estudantes que acabaram de concluir a graduação em jornalismo impresso nos EUA encontrarem um emprego na área, de acordo com a Pesquisa Anual de Estudantes de Jornalismo e Comunicação de Massa, da Universidade da Geórgia.
Segundo dados da pesquisa, 73% dos 2.400 formandos de jornalismo impresso entrevistados encontraram um emprego em tempo integral na indústria jornalística no fim de outubro – o maior índice dos últimos 10 anos. Este número também foi maior do que os estudantes graduados em rádio e TV: 65% dos formandos de 2005 conseguiram um emprego nesta área.
Luz no fim do túnel
O cenário favorável para recém-formados, especialmente os de habilitação em jornalismo impresso, pode ser explicado por alguns motivos. Os cortes realizados nas redações dos grandes jornais não tiveram grande impacto nos jovens jornalistas, que costumam conseguir o primeiro emprego em publicações menores, analisa Lee B. Becker, diretor do Centro Internacional de Treinamento e Pesquisa em Comunicação de Massa James M. Cox Jr., da Universidade da Geórgia. ‘A maior parte dos estudantes não sai da faculdade e começa a trabalhar em grandes jornais. Eles conseguem emprego nos pequenos’, afirma Becker. Outra razão é que jornais menores mostraram-se mais estáveis à crise financeira do que os jornais metropolitanos. Por fim, mais organizações de mídia investindo na internet significa mais empregos. Cerca de 30% de todos os recém-formados em jornalismo em 2005 trabalham nas redações das versões online de publicações impressas.
E o futuro?
Infelizmente, as notícias não são tão boas quanto parecem, revela o Project for Excellence in Journalism [27/9/06]. Como os recém-formados normalmente começam a trabalhar em jornais pequenos antes de irem para publicações de tamanho médio e, finalmente, para os grandes títulos, a crise na grande mídia pode, em certo ponto, deixá-los desempregados. A internet pode mudar tal caminho, mas, caso não mude, muitos formados em jornalismo podem, diante dos cortes nas equipes e do declínio nas tiragens, não ser absorvidos pelo mercado.