Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Embedding possibilita cobertura, mas limita atuação da imprensa

A prática do jornalismo embedded, em que os correspondentes acompanham as tropas em zonas de conflito, seja talvez a única maneira possível de se divulgar notícias de perto dos acontecimentos. Sozinhas, equipes de imprensa ficam vulneráveis a sequestros e assassinatos. Acompanhando os soldados, no entanto, estes profissionais acabam confinados a um espaço restrito e atípico do campo de batalha político-militar e limitados em suas movimentações e localização. Desta forma, defendeu esta semana em artigo no jornal britânico The Independent o jornalista Patrick Cockburn, eles acabam por refletir o ponto de vista dos soldados.


As limitações enfrentadas pelo jornalista embedded tornam extremamente difícil que ele consiga analisar de maneira ampla o conflito. Por exemplo, a crescente força do Talibã no Afeganistão ainda não foi explicada. Além disso, diz Cockburn, os jornalistas embedded estariam ‘no lugar errado na hora errada’, o que os leva a ver o conflito em termos militares, enquanto os desenvolvimentos mais importantes são políticos. ‘Talvez o efeito mais prejudicial do embedding seja suavizar a brutalidade de qualquer ocupação militar e minimizar a resposta local hostil a ela. Acima de tudo, o fato de um correspondente estar com um Exército ocupante dá a impressão de que o conflito no Iraque e no Afeganistão, países com 30 anos de crise e hostilidades, pode ser resolvido à força’. Com informações de Roy Greenslade [The Guardian, 23/11/10].