O tão esperado lançamento da versão em inglês do canal árabe al-Jazira aconteceu na manhã de quarta-feira (15/11). A estréia foi marcada por desafios: as maiores companhias de transmissão a cabo e duas das maiores companhias de transmissão por satélite dos EUA recusaram-se a colocar o canal em sua grade de programação, o que dificultará o alcance da audiência no país. A al-Jazira estará disponível gratuitamente nos EUA através da transmissão via satélite da GlobeCast World TV, subsidiária da France Telecom, que é de propriedade parcial do governo francês.
Mesmo diante das dificuldades, o novo canal, que mudou no último minuto seu nome de al-Jazira International para al-Jazira English, anunciou que terá acesso a cerca de 75 milhões de lares em todo o mundo. A al-Jazira English também estará disponível na internet.
David Marash, ex-correspondente da ABC News e um dos principais âncoras da nova emissora em Washington, lamentou o acesso limitado nos EUA. ‘Fiquei desapontado. É claro que você quer ser visto por seu público local, se possível’, desabafou. Segundo ele, o problema de distribuição poderá dar à rede um começo mais devagar, mas o âncora acredita que isso deverá ser solucionado ao longo do tempo, principalmente com o aumento do uso da internet banda larga.
Alguns analistas de mídia atribuem o atraso de mais de seis meses do lançamento do al-Jazira English a tensões entre membros da equipe, enquanto outros alegam dificuldade de comunicação entre os equipamentos de TV de alta definição nos centros de transmissão de Doha, Kuala Lumpur, Londres e Washington.
Críticas ao novo canal
Críticos temem que a versão em inglês seja semelhante ao canal em língua árabe, acusado de ser porta-voz de grupos terroristas e insurgentes no Oriente Médio. ‘Eles ajudaram a incitar violência, a matar americanos, e colaboraram para a criação da guerra civil que ocorre hoje no Iraque’, opina Clifford Kincaid, editor do observatório de mídia Accuracy in Media. ‘A única diferença agora é que são rostos ocidentais fazendo isto’. Tanto o canal em árabe – que foi lançado em 1996 – quanto a versão em inglês são financiados pela família do xeque Hamad bin Khalifa al-Thani, líder do Catar. Informações de Josh Gerstein [The New York Sun, 15/11/06].